dezembro 10, 2012

Reduzir, reusar e reciclar: a ordem dos fatores altera o produto


A partir dos 4 anos, a criança já tem capacidade intelectual para separar o lixo reciclado. Mas a coleta seletiva engatinha no Brasil. Lá fora, algumas cidades têm listas que detalham o destino de mais de 500 itens recicláveis – de escova de dente a tampinha. Por aqui, basta separar o lixo orgânico do inorgânico. São só duas lixeiras e, mesmo assim, o resultado é muito ruim, reflexo da falta de campanhas maciças de educação, entre outros motivos. No Rio de Janeiro, por exemplo, a coleta seletiva responde por apenas 0,28% de todo o resíduo recolhido.

Ainda que a população se torne consciente, as prefeituras não teriam como absorver a quantidade colossal de lixo. No Brasil, o desperdício de alimentos é equivalente a 150% do PIB, o que daria para alimentar 50 milhões de pessoas. As perdas começam na lavoura, se ampliam com o acondicionamento ruim durante o transporte do campo para as lojas, aumentam no varejo e o ciclo do desperdício se completa nas nossas casas.  Vivemos a cultura do “é melhor sobrar do que faltar”, como se não houvesse um meio-termo. Antigamente, os poucos recursos disponíveis eram consumidos quase de forma integral.

Hoje, os sacos de papel foram substituídos por plásticos, os aparelhos eletrônicos ficam rapidamente obsoletos e os retornáveis deram lugar aos descartáveis. Antes de incentivarmos a coleta seletiva, devemos prevenir a geração do resíduo. Não é deixar de comprar, mas tornar a compra um ato consciente: decidir o que consumir, por que consumir, como consumir e de quem consumir. É preferir, por exemplo, embalagens menores e retornáveis, evitando as descartáveis. As empresas estão atentas aos compradores. A prova disso é o crescimento do ecodesign: o desenvolvimento de embalagens mais sustentáveis. São decisões que mostram que a reciclagem começa muito antes do consumo.

Assista à divertida animação feita pelo Instituto Akatu que faz reflexões sobre os problemas gerados pelo ritmo de produção e de consumo hoje.

 

 Fonte: Respostas Sustentaveis

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