junho 03, 2015

Os efeitos nocivos da poluição atmosférica para a saúde

Marcio Krüger - Acadêmico do 4º semestre Gestambi

A poluição do ar no mundo tem se acentuado de maneira considerável trazendo transtornos sociais, econômicos e problemas de saúde para as pessoas. Entre as causas estão os gases emitidos por carros, indústrias e metalúrgicas, que emitem por exemplo: Monóxido de Carbono (CO), Dióxido de Carbono (CO2), Dióxido de Enxofre (SO2), Óxido de Nitrogênio (Nox), Hidrocarbonetos (HC), Material Particulado, além de outros. A tabela abaixo, elaborada pelo professor Endrigo Pereira Lima, do IFSul, campus Pelotas, mostra os efeitos nocivos destes poluentes à saúde:



De acordo com o Blog Consciência Ampla, cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba sentem o efeito dessa poluição atmosférica, por serem grandes metrópoles industrializadas, bem como, o grande tráfego de veículos. Sobre o assunto, o Blog Consciência Ampla diz: "O efeito de inalar o ar da cidade de São Paulo, por exemplo, é similar ao de fumar dois cigarros por dia" e complementa, que "pesquisas recentes mostram, que além de doenças respiratórias, a poluição pode causar problemas de aprendizado, depressão, calvície, acnes, alergias e desidratação da pele. Nos locais mais problemáticos foram identificadas anomalias nos índices de natalidade", na qual, mulheres correm maior risco de abortar quando expostas ao ar contaminado. 

O monitoramento das ações provocadas pela poluição do ar tem sido constante, pois há preocupação por uma melhor qualidade de vida das pessoas e com menores índices de problemas de saúde. A matéria de Brembatti traz a informação de que, "Curitiba foi a segunda metrópole no mundo", que mais reduziu a poluição do ar na última década. Um dos pontos é que o município tem 17% com cobertura florestal, bem como, 300 mil árvores plantadas nas ruas da cidade, o que faz com que, a vegetação atue retirando os poluentes, que ficam retidos na copa e no tronco das plantas. Ainda de acordo com a matéria, no mapa a seguir está o percentual da poluição atmosférica nas metrópoles: 



O referente estudo foi realizado nos anos de 2002 e 2012, na qual, foi avaliada a quantidade de poluentes por meio dos satélites: MODIS-Terra, MODIS-Aqua e MISR. Abaixo, o ranking das cidades com o percentual, de acordo com as imagens feitas pelos equipamentos. 

1.º - Houston, EUA – 30,8%
2.º - Curitiba – 26,2%
3.º - São Petersburgo, Rússia – 23%
4.º - Estocolmo, Suécia – 22,8%
5.º - Brasília, Brasil – 20,2%
6.º - Dallas, EUA – 19,9%
7.º - Nanning, China – 19,9%
8.º - Hamburgo, Alemanha – 19,6%
9.º - Campinas, Brasil – 19,2%
10.º - Nairóbi, Quênia – 18,9%

Contudo, segundo o artigo da autora Esteves et al, "as soluções de longo prazo para o problema da emissão de gases poluentes, pelas fontes móveis, passam, necessariamente, pela melhoria da qualidade dos combustíveis comerciais utilizados atualmente e a busca por alternativas energéticas" (p. 3) e enfatiza assim, que "é de suma importância a realização de pesquisas sobre novas tecnologias de combustão e de dispositivos que controlem essas emissões, tal como a busca por combustíveis limpos" (p. 3).

REFERÊNCIAS

BLOG Consciência Ampla. Sete cidades brasileiras apresentam altos índices de poluição. Disponível em: <http://www.conscienciaampla.com.br/2011/09/13/sete-cidades-brasileiras-apresentam-altos-indices-de-poluicao/>. Acesso em: 05 maio 2015.

BREMBATTI, K. Curitiba é a 2ª cidade que mais reduziu poluição do ar. Gazeta do Povo. Coluna Vida e Cidadania. 20 mar. 2013. Disponível em: <http://www.urbs.curitiba.pr.gov.br/noticia/curitiba-e-a-2-cidade-que-mais-reduziu-poluicao-do-ar>. Acesso em: 30 abr 2015.

ESTEVES, G. R. T.; BARBOSA, S. R. da C. S.; SILVA, E. P. da., ARAÚJO, P. D. Estimativa dos efeitos da Poluição Atmosférica sobre a Saúde Humana: algumas possibilidades metodológicas e teóricas para a cidade de São Paulo. Disponível em: <http://www.anppas.org.br/encontro_anual/encontro2/GT/GT12/gheisa_roberta.pdf>. Acesso em: 02 jun. 2015.



maio 21, 2015

O que é Reciclagem?

Marcio Krüger - Acadêmico do 4º semestre Gestambi

A natureza é uma das nossas maiores riquezas, pois dela provém as matérias-primas para a fabricação de produtos para a comercialização e consumo da sociedade. Os resíduos gerados trazem transtornos para o meio ambiente, uma vez que, levam tempo para se degradarem. Assim, surge a reciclagem, como um dos caminhos para amenizar os efeitos do descarte incorreto no meio ambiente. Você sabe o que significa reciclagem? O autor G. Tyller Miller Jr. define a reciclagem como "uma forma importante de coletar materiais residuais e transformá-los em produtos úteis que podem ser vendidos no mercado" (2008, p. 453). 

Jr. explica que há dois tipos de reciclagem. A reciclagem primária ou em circuito fechado, que ocorre quando "o resíduo é transformado em novos produtos do mesmo tipo - jornais usados em jornais novos e latas de alumínio em novas latas de alumínio, por exemplo" (2008, p. 454), bem como, a reciclagem secundária ou downcycling, que consiste em converter os materiais residuais em produtos diferentes, como por exemplo, pneus usados que podem ser "transformados em revestimento emborrachado para estrada e jornais, que podem ser reprocessados em isolamento de celulose" (2008, p. 454).

O site EcoDebate - Cidadania & Meio Ambiente dispôs o gráfico a seguir, que mostra o percentual da reciclagem no Brasil, no período de 2009 a 2011. Veja:


Importante  salientar, que  alguns  produtos  levam  muitos  anos  para  serem  absorvidos  pelo meio ambiente e para exemplificar, abaixo está a relação destes materiais e o tempo que permanecem no planeta. Os dados são do site Toda Biologia.com: 

· Papel comum: de 2 a 4 semanas 
· Cascas de bananas: 2 anos 
· Latas: 10 anos 
· Vidros: 4.000 anos 
· Tecidos: de 100 a 400 anos 
· Pontas de cigarros: de 10 a 20 anos 
· Couro: 30 anos 
· Embalagens de plástico: de 30 a 40 anos 
· Cordas de náilon: de 30 a 40 anos 
· Chicletes: 5 anos 
· Latas de alumínio: de 80 a 100 anos

Segundo o site Exame Info, em 2012, no Brasil foram geradas 64 milhões de toneladas de resíduos sólidos, dos quais, 24 milhões seguiram para destino inadequados, como por exemplo, os lixões. Em média, cada brasileiro produz 383 kg de lixo por ano, o que acarreta 1,3 % de aumento ao ano por habitante, em comparação ao ano de 2011. Por isso, a importância de fazer a reciclagem.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, V. Quanto lixo os brasileiros geram por dia em cada estado. Site Exame Info. Disponível em :<http://info.abril.com.br/noticias/tecnologias-verdes/fotonoticias/quanto-lixo-os-brasileiros-geram-por-dia-em-cada-estado.shtml>. Acesso em: 15 maio 2015.

ECODEBATE - Cidadania & Meio ambiente. Resíduos Sólidos: Apenas 3% do lixo produzido no País é reciclado. Disponível em: <http://www.ecodebate.com.br/2013/07/19/residuos-solidos-apenas-3-do-lixo-produzido-no-pais-e-reciclado/>. Acesso em: 12 maio 2015.

JR, G. T. M. Ciência Ambiental. Tradução de All Tasks. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

TODABIOLOGIA.COM. Reciclagem do Lixo. Disponível em: <http://www.todabiologia.com/ecologia/reciclagem.htm>. Acesso em: 13 maio 2015.



maio 07, 2015

Água: um recurso natural cada vez mais desperdiçado

Marcio Krüger - Acadêmico do 4º semestre Gestambi

A água é uma das nossas maiores riquezas e fonte de vida. Contudo, na atualidade, a escassez desse recurso natural e suas consequências têm sido motivos de preocupação e de muitas pesquisas, devido a sua importância para a sobrevivência humana.

Conforme a matéria A importância da água, do site Projeto Brasil das Águas, o Brasil tem a maior reserva de água doce da Terra, ou seja 12% do total mundial. A sua distribuição, porém, não é uniforme em todo o território nacional. A Amazônia, por exemplo, é uma região que detém a maior bacia fluvial do mundo. O volume d’água do rio Amazonas é o maior do globo, sendo considerado um rio essencial para o planeta.

Em contrapartida, na região sudeste, cidades muito populosas como São Paulo, sofreu muito com a falta de água no verão, problema este, que ainda persiste. No nordeste brasileiro esse problema acontece há muito tempo e de forma mais acentuada, na qual, muitas vezes, as comunidades sequer tem água para beber.

A poluição da água geralmente ocorre em decorrência dos esgotos lançados em rios ou mares, provenientes das cidades. Os agrotóxicos utilizados nas lavouras de forma indiscriminada e sem controle também contribuem para a contaminação dos recursos hídricos. Outro fator é o lixo depositado em leitos de rios, tornando-os lixões a céu aberto, comprometendo assim, a qualidade da água para o consumo humano.

O texto Os estados que mais perdem água no Brasildo site Planeta Sustentável e escrito por Vanessa Barbosa (2015) mostra, que "de cada 100 litros de água coletada e tratada no Brasil, apenas 63 litros chegam sãos e salvos na casa do brasileiro, em média. O restante fica pelo caminho". 

Neste sentido, a matéria segue informando, que as "ligações clandestinas, vazamentos, obras mal executadas ou medições incorretas no consumo de água são as principais causas da perda de faturamento das empresas operadoras e dos estados", mostrando que o Brasil perdeu 37% de toda a água tratada, no ano de 2013.

Ainda sobre a matéria, o site Planeta Sustentável também cita, que "ao todo, 15 unidades federativas têm taxas superiores à média nacional. O caso mais alarmante é o do Amapá, onde as perdas de água tratada chegam a 76%, um desperdício imperdoável para um recurso tão precioso". Abaixo, a sequência dos estados brasileiros que mais desperdiçam água:

1. Amapá                                       
2. Roraima
3. Sergipe
4. Acre
5. Rio Grande do Norte
6. Pernambuco
7. Rondônia
8. Piauí
9. Pará
10. Mato Grosso
11. Amazonas
12. Alagoas
13. Bahia
14. Maranhão
15. Rio Grande do Sul
16. Ceará
17. Paraíba
18. Espírito Santo
19. Tocantins
20. São Paulo
21. Santa Catarina
22. Minas Gerais
23. Paraná
24. Mato Grosso do Sul
25. Rio de Janeiro
26. Goiás
27. Distrito Federal

Foto: sxc.hu/Creative Commons 
A falta de água é uma questão mundial e a matéria Oriente Médio e a escassez de água, do site Brasil Escola, cita que entre os países de Israel, Líbano, Síria e Jordânia há um conflito pelas águas do rio Jordão, usadas para o abastecimento das residências, bem como, para as produções agrícolas locais. 

O texto Uso das águas do Paraíba do Sul não resolve crise em São Paulo, do site do Jornal GGN, mostra que em janeiro deste ano, o estado brasileiro de São Paulo ao enfrentar a grave crise da falta de água fez acordos para utilizar mananciais até então, não utilizados e, assim, realizar o abastecimento público, amenizando a situação. Segundo o site da ABES, segue abaixo a lista dos países que mais desperdiçam água no mundo:

Consumo per capita por dia (em litros)
1. Estados Unidos - 575
2. Austrália - 493
3. Itália - 396
4. Japão - 374
5. México - 366
6. Espanha - 320
7. Noruega - 301
8. França - 287
9. Áustria - 250

10. Dinamarca - 210
11. Alemanha - 193
12. Brasil - 187


REFERÊNCIAS

 
ABES. Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental. Os 12 países que mais desperdiçam água no planeta. Seção Minas Gerais. Disponível em: <http://www.abes-mg.org.br/visualizacao-de-clippings/pt-br/ler/3422/os-12-paises-que-mais-desperdicam-agua-no-planeta>. Acesso em: 28 abr. 2015.

BARBOSA. V. Os estados que mais perdem água no Brasil. Site Planeta Sustentável, 21 jan. 2015. Disponível em:<http://planetasustentavel.abril.com.br/blog/planeta-agua/os-estados-que-mais-perdem-agua-no-brasil/>. Acesso em: 27 abr. 2015.

BRASIL Escola. Oriente Médio e a escassez de água. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/oriente-medio-escassez-agua.htm>. Acesso: 04 maio 2015.

NASSIF, L. Uso das águas do Paraíba do Sul não resolve crise em São Paulo. Jornal GGN: o jornal de todos os brasis. 07 nov. 2014. Disponível : <http://jornalggn.com.br/noticia/uso-das-aguas-do-paraiba-do-sul-nao-resolve-crise-em-sao-paulo>. Acesso em: 04 maio 2015.

PROJETO Brasil das Águas: revelando o azul do verde e amarelo. A importância da água. Disponível em: <http://brasildasaguas.com.br/educacional/a-importancia-da-agua//>. Acesso em: 27 abr. 2015.



abril 01, 2015

Poluição mundial chega a níveis altos

Marcio Krüger - Acadêmico do 4º semestre Gestambi

A poluição no mundo acelerou desde a Revolução Industrial ocorrida no século XVIII na Inglaterra, até os tempos atuais no século XXI. A economia durante essa fase de transição mudou bastante e o uso de matérias primas originárias da natureza aumentou devido a constante busca pelo poder, e, claro, pelo lucro gerado através da comercialização dos produtos industrializados. Com isso, houve um aumento dos resíduos descartados no meio ambiente e como consequência, a poluição da água, do solo e do ar, causando sérias complicações à saúde das pessoas e despertando uma preocupação mundial. O site Envolverde: Jornalismo & Sustentabilidade traz um ranking dos lugares mais poluídos no mundo. Observe:

Os 10 lugares habitados mais poluídos do mundo
por Redação do EcoD

Atualmente, mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo estão expostas à poluição tóxica em níveis superiores aos tolerados pelas organizações internacionais de saúde.
Essas populações vivem em regiões contaminadas por metais pesados, pesticidas e até por substâncias radioativas, como o césio. À frente de ações de monitoramento e mitigação de impactos, a organização ambiental Black Smith Institute listou as dez áreas habitadas que mais sofrem com os poluentes tóxicos. Conheça:

Agbogbloshie, em Gana. Foto: Blacksmith Institute
Com chumbo como poluente principal, Agbogbloshie, em Gana, tem mais de 40 mil pessoas afetadas. O local é o segundo maior território de processamento de lixo eletrônico da África Ocidental. O motivo? Com a composição heterogênea desses materiais, é difícil reciclá-los com segurança, pois requerem um nível alto de habilidade, o que é artigo raro na região e aumenta o risco de contaminação.

Por meio dos processos de reciclagem informais, o chumbo é frequentemente liberado no meio ambiente sem controle de segurança ambiental. A forma mais comum de contaminação é através da ingestão de alimentos e/ou água infectadas, além da inalação de partículas de poeira da substância, que pode ser armazenada por até 30 anos no tecido ósseo. Os efeitos da exposição ao chumbo são devastadores e incluem danos neurológicos e redução de QI.



    Bacia do Rio Citarum, na Indonésia. Foto: druidabruxux

Cerca de 500 mil pessoas afetadas diretamente e cinco milhões indiretamente. Esses são os dados do prejuízo causado devido a produtos químicos despejados na Bacia do Rio Citarum, em Bandung, na Indonésia. O rio, que ocupa uma área de aproximadamente 13.000 km² e abrange uma população de 9 milhões de pessoas, fornece 80% das águas para abastecimento em Jacarta, irriga fazendas que fornecem 5% do arroz da Indonésia e é uma fonte de água para mais de 2.000 fábricas. Investigações de campo realizadas pelo BlacksmithInstitute encontraram níveis de chumbo mil vezes superiores aos estabelecidos pela norma internacional para água potável. As concentrações de alumínio, manganês e ferro no rio também estão bem acima do limite de metais pesados considerado seguro pela EPA.


       Bangladesh. Foto: aftab

As indústrias que mais contribuem para a contaminação envolvem operações de tratamento de metais, soldagem de aço inoxidável, produção de cromato e processo de curtimento de couro. Existem nada menos do que 270 curtumes registrados em Bangladesh – a maioria está localizada em Hazaribagh.


Norilsk Rússica. Foto: Nina Stawski

Cidade industrial fundada em 1935, Norilsk, na Rússia, é marcada por operações de mineração e fundição que fizeram da região o maior complexo de fundição de metais pesados do mundo. As operações de cerca de 500 toneladas de óxidos de cobre e de níquel, além de 2 milhões de toneladas de dióxido de enxofre, são lançadas anualmente no ar, atingindo mais de 135 mil pessoas. 

Para ser ter ideia, a expectativa de vida para os trabalhadores de fábricas em Norilsk é de 10 anos abaixo da média russa. Estudos anteriores descobriram elevado nível de concentrações de cobre e níquel no solo de quase todos os lugares dentro de um raio de 60 km da cidade – o que levou ao aumento de doenças respiratórias e câncer dos pulmões e do sistema digestivo.


Dzerzhinsk - Rússia. Foto: Alexxx1979

Também na Rússia, Dzerzhinsk foi um dos principais locais para fabricação de produtos e armas químicas. Em 2007, amostras de água tomadas dentro da cidade apresentaram níveis de substâncias químicas tóxicas milhares de vezes acima dos níveis recomendados – o número foi registrado no Guiness Book e rendeu a Dzershinsk o título de cidade mais poluída do mundo no mesmo ano. 

Nos últimos anos, esforços têm sido realizados para fechar instalações obsoletas e restaurar a terra contaminada. Um estudo de 2006 revelou que a expectativa média de vida em Dzershinsk é de 47 anos para as mulheres e de apenas 42 para os homens. 




Matanza-Riachuelo - Argentina. Foto: World Bank Photo Collection

A bacia do rio Matanza-Riachuelo, na Argentina, tem mais de 60 quilômetros de extensão e abriga fábricas de produtos químicos, que poluem o rio – estima-se que 15 mil indústrias estão ativamente lançando efluentes nas águas locais, que cortam 14 municípios. Um estudo publicado na Revista Latino-Americana de Sedimentologia e Análise de Bacia, em 2008, revelou que o solo nas margens do rio continha níveis de zinco, chumbo, cobre, níquel e cromo bem acima dos limites seguros.

Acredita-se que 60% das cerca de 20 mil pessoas que residem perto da bacia do rio vivem em território considerado impróprio para a habitação humana. Doenças diarréicas, doenças respiratórias e câncer estão entre os problemas de saúde pública associados aos vários setores da bacia.

Chernobyl, Ucrânia. Foto: Carpetblogger
Reconhecido internacionalmente como o lugar que sofreu um dos piores desastres nucleares da história, Chernobyl tem cerca de 150 mil km² de terras afetadas no acidente. Hoje, existem mais de uma dúzia de radionuclídeos artificiais como o césio-137, que podem ser detectados na superfície do solo ao redor da planta. A ingestão de alimentos produzidos em áreas contaminadas continua a ser a principal via de intoxicação, como resultado da exposição prolongada de baixa dosagem.

Na noite de 25 de abril de 1986, um teste na usina provocou um colapso do núcleo do reator, liberando mais de 100 vezes a radioatividade das bombas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki. O reator foi enterrado em uma caixa de concreto projetada para absorver a radiação e conter o combustível remanescente.

Kabwe, Zâmbia. Foto: khym54
Kabwe, a segunda maior cidade da Zâmbia, tem níveis de chumbo no sangue de crianças maiores do que o permitido, segundo um estudo de saúde feito em 2006. 

Este é o resultado de contaminação a partir de mineração de chumbo na área, que fica ao redor do Copperbelt. Em 1902, ricas jazidas de chumbo foram descobertas, conduzindo operações de mineração e fundição por mais de 90 anos. Apesar das minas terem sido fechadas, a atividade artesanal em pilhas de rejeitos continua. Crianças que vivem brincando no solo e jovens garimpeiros na área estão em maior risco.

Delta do Rio Níger, na Nigéria. Foto: Amnesty International
O Delta do Rio Níger é uma região densamente povoada que se estende por cerca de 70 mil km2 e representa quase 8% do território da Nigéria. É fortemente poluído por petróleo e hidrocarbonetos, uma vez que a região tem sido palco de grandes operações petrolíferas desde o final da década de 1950. Entre 1976 e 2001, havia cerca de 7.000 incidentes envolvendo derrames de petróleo, onde a maior parte do óleo nunca foi recuperado. 

Uma média de 240 mil barris de petróleo são derramados no delta do Níger a cada ano devido a falhas mecânicas e muitas causas desconhecidas. Os vazamentos não só contaminam a água superficial e subterrânea do delta, mas também o ar ambiente e as culturas agrícolas locais, além de afetar a saúde da população. Um artigo publicado no Nigerian Medical Journal, em 2013, estima que a poluição generalizada pode levar a uma redução de 60% na segurança alimentar das famílias e um aumento de 24% dos casos de desnutrição infantil.

Kalimantan, na Indonésia. Foto: Christian Bachellier
Kalimantan é a parte indonésia da ilha de Bornéu. Em duas de suas cinco províncias, a mineração artesanal de ouro em pequena escala constitui a principal fonte de renda para 43 mil pessoas.

Entre as 225 mil pessoas afetadas pela poluição, os garimpeiros são os mais suscetíveis a aspirar esse vapor tóxico e imperceptível, além da contaminação através da ingestão de peixes oriundos de águas poluídas. A grande maioria dos mineiros utiliza mercúrio no processo de extração de ouro.


* Publicado originalmente no site EcoDReferências: