março 27, 2012

Mais energia limpa não significa menos energia suja


Nós gostamos de pensar que um megawatt/hora de energia eólica elimina um megawatt/hora de eletricidade produzida com petróleo. Mas geralmente não funciona deste jeito, de acordo com o sociólogo Richard York, da Universidade do Oregon, e por isto ele acredita que serão necessárias mudanças políticas e econômicas, e não apenas novas tecnologias limpas, para nos livrar da dependência dos combustíveis fósseis.

York defende sua posição em um estudo recém publicado no  Natural Climate Change. Ele nota que embora a maioria dos países estejam adotando avanços tecnológicos, como energia solar e eólica para limitar o uso de combustíveis fósseis, esta abordagem ignora a “complexidade do comportamento humano.” O sociólogo diz que a nova energia renovável está fazendo pouco para realmente provocar uma substituição do sujo pelo limpo.

As conclusões de York são baseadas em estudo do uso da eletricidade em 130 países nos últimos 50 anos. Ele descobriu que são precisas mais de 10 unidades de energia produzida por fontes não-fósseis, como nuclear, hidroelétrica, vento, geotérmica, biomassa ou solar, para substituir apenas uma única unidade de eletricidade gerada por fontes fósseis.

Peguemos o caso da energia nuclear. Ela começou a crescer para se tornar uma fonte significativa em meados do século passado, mas o uso mundial de combustíveis fósseis continuou também a crescer. York teme que a mesma coisa possa ocorrer com outras fontes limpas de energia. “Eu não estou dizendo que em princípio não possamos fazer uma substituicão, mas é interessante que até agora isto não tenha acontecido,” explicou ele, segundo o TG Daily. 
”Uma das razões pelas quais os resultados parecem surpreender é que nós, como sociedades, tendemos a ver a demanda como uma coisa exógena que gera oferta, mas a oferta também gera demanda. A geração de eletricidade cria o potencial de uso desta energia, e assim criar novas tecnologias frequentemente leva a ainda mais consumo.”

York conclui que não basta procurar tecnologias para mudar: é necessário pensar nelas em um contexto social. Ele disse que a sociedade precisa descobrir que fatores políticos e econômicos é que levarão a uma verdadeira substituição de fontes fósseis.

Fonte: Planeta Sustentável / Planeta Urgente

A Lição Básica do Lixo


* Texto de Giuliana Capello

Ainda que sejam muitos os temas socioambientais relevantes e em pauta atualmente, há um bem antigo que ainda precisa ser olhado com mais atenção. Estou falando dos resíduos sólidos, do lixo nosso de cada dia. É um assunto de extrema importância e que muitas vezes é camuflado ou resumido a quatro elementos – papel, plástico, metal e vidro – que ganham ares de ‘bem resolvidos’ com tambores de cores distintas, dispostos elegantemente em nossas casas, escritórios e pontos comerciais.

Mas não é bem assim. Toda vez que perdemos a conexão com o todo da história e nos concentramos apenas em parte dela algo se perde no caminho. Com isso, quero dizer que há uma tendência a achar que quando separamos os recicláveis em casa ficamos quites com nossa parcela de responsabilidade no desafio da gestão dos resíduos urbanos. Longe disso. Sem querer desanimar ninguém, essa tarefa é o mínimo que podemos fazer. O mínimo. Há muito, muito mais por trás das caixinhas, embalagens plásticas e latinhas de alumínio.

O grande lance, na certa, está nos esforços para reduzir nossa quantidade de lixo, porque apenas separá-lo depois de produzido significa depender de toda a cadeia envolvida para que, de fato, sua ação de triar os materiais se torne efetiva. Na prática, infelizmente, nem sempre entregar tudo separadinho é sinal de que todo resíduo gerado em sua casa irá receber a destinação correta, seja nas recicladoras ou nos aterros especiais (é o caso do entulho e de resíduos mais complexos como isopor e lâmpadas fluorescentes, por exemplo).

Separar recicláveis é apenas uma das partes que cabem ao consumidor (já mencionei a questão da redução, certo?). Outras partes dizem respeito 1- às indústrias que criam os produtos que levamos para casa (e que deveriam se empenhar em minimizar o lixo gerado durante a produção dos bens e também no pós-consumo); 2- aos governos, que precisam estabelecer políticas públicas capazes de regular as cooperativas, as práticas empresariais, a criação de pontos de entrega voluntária, empresas recicladoras e por aí vai; 3- aos nossos locais de trabalho, que nos fazem cúmplices muitas vezes de práticas prá lá de insustentáveis (copinhos descartáveis, uso livre de impressoras, burocracias que desperdiçam papel e outros recursos, deslocamentos infindáveis para reuniões que poderiam ser feitas via internet etc.).

E há muitos outros atores nessa história: os catadores, o pessoal que trabalha na triagem dentro das cooperativas, as empresas recicladoras, os executivos de marketing que nos seduzem com produtos desnecessários e modas sem sentido, as máfias dos gestores de aterros e empresas de transporte de lixo, enfim, um mundo sem fim de agentes desvalorizados ou que não têm lá muita disposição para mudar, de verdade, a maneira como lidamos com tudo aquilo que descartamos.

De modo geral, assuntos complexos e que envolvem muita gente acabam por nos distanciar do entendimento de todo o processo. Em outras palavras, se não temos ideia de para onde vai o nosso lixo, o assunto adquire um anonimato e uma impessoalidade perigosos. Se apenas colocamos um saco ou caixa com recicláveis na porta de casa ou na garagem do prédio e esquecemos o assunto, é mais ou menos como dar descarga no banheiro e não ter de se preocupar com o tratamento do esgoto nas cidades…

Ao contrário, quando mantemos algum tipo de relação com quem está diretamente envolvido nas próximas etapas ou paradas do nosso lixo, a tendência é de nos tornarmos mais atentos à questão. 
Para mudar a cara do lixo, precisamos dar cara às pessoas que trabalham nesse ciclo e fugir da atitude “tô-nem-aí, já faço minha parte”. Se você aprendeu e se acostumou a separar os recicláveis em casa, é hora de passar às próximas lições: cuidar dos resíduos orgânicos, ter mais cuidado nas compras para reduzir o volume de lixo, recusar sacolinhas e empresas que superembalam seus produtos, ajudar a disseminar boas práticas com o lixo, conhecer quem recolhe os seus resíduos, estar disposto a repensar hábitos etc. 

Vamos juntos nessa?

Projeto de Lei quer introduzir espécies exóticas em represas


Um projeto polêmico na Câmara dos Deputados quer incluir peixe exótico em represas. Trata-se do Projeto de Lei 5989/2009, que prevê a criação de peixes exóticos – carpas e tilápias – contidos por redes dentro de reservatórios de hidrelétricas. Pode parecer inofensivo, mas os biólogos ouvidos pela Folha de S. Paulo alertam para o risco que isso trará para rios e lagos brasileiros, caso a matéria seja aprovada e sancionada.

O texto do deputado Nelson Meurer (PP-PR) altera a Lei nº 11.959/2009, que rege a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca e proíbe a criação de espécies exóticas - ou seja, naturais de outro lugar - nos reservatórios de hidrelétricas e tanques-redes. O objetivo da proposta é tornar a produção de espécies exóticas possível, já que há muitas restrições normativas por causa dos riscos ambientais que essa atividade traz.

A proposta já tramita em caráter conclusivo na Câmara, ou seja, aprovada pelas comissões, não irá a plenário. E ela já foi aprovada nas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS); Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) e na Comissão de Minas e Energia (CME) e está, na fase final, em apreciação pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Na justificativa da proposta, Meurer usa a importância do fator econômico da pesca para justificar seu projeto: “Na criação organismos aquáticos em cativeiro — aquicultura — encontram-se os maiores potenciais para o incremento da produção de pescado, em nosso país, eis que contamos com diversos fatores favoráveis, tais como: clima, tecnologia e abundância de recursos hídricos”.

Pela redação do art. 19-A da proposta, o dono ou concessionário da represa instalada ficará obrigado à recomposição ambiental anual (leia-se repovoamento de peixes) e poderá usar as 5 espécies especificadas no segundo parágrafo do art. 22 do Projeto de Lei: I – tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus); II – carpa húngara ou comum (Cyprinus carpio); III – carpa prateada (Hypophthalmichthys molitrix); IV – carpa capim (Ctenopharyngodon idella); V – carpa cabeça grande (Aristichthys nobili).

Ainda segundo a Folha de S. Paulo, um grupo de cientistas liderados pelo biólogo Dr. Ângelo Antonio Agostinho, está conduzindo uma petição pública contra o projeto, que já conta com mais de cem assinaturas. As cinco espécies proposta pelo Projeto de Lei são espécies descritas como invasoras e, para Agostinho, mesmo sendo criadas em redes, sempre haverá a possibilidade de escaparem e irem parar nos rios, onde poderão complicar a sobrevivência de espécies nativas, competindo pela comida ou comendo os ovos das espécies.

No teor da proposta fica proibido a soltura de organismos aquáticos geneticamente modificados no ambiente natural, mas as 5 espécies exóticas serão, normativamente, equiparadas à criação de espécies nativas, desde que criadas em tanques-redes ou outra estrutura semelhante instaladas nos reservatórios hidrelétricos.

Fonte: O Eco

março 22, 2012

Especial Dia Mundial da Água

 O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado a discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.

 
Apesar de morarmos em um planeta que é conhecido como o “Planeta Água”, por possuir 70% de seu território ocupado por água, somente 3% desse total é doce e só 0,01% está disponível para o uso.
Este bem precioso está em tudo relacionado à nossa sobrevivência. Nosso próprio corpo possui em média 47 litros de água em sua composição e um ser humano sobrevive somente três dias sem água.
Devido a toda essa importância para a sobrevivência, pesquisadores e organizações mundiais acreditam que as próximas guerras sejam ocasionadas por disputas por água, e não mais por armas ou petróleo. Atualmente, cerca de 250 milhões de pessoas no mundo enfrentam problemas com a escassez. Na China, por exemplo, mais de 80 milhões de pessoas precisam caminhar mais de um quilômetro por dia para terem acesso à água potável.



Além da escassez, a poluição é outro problema que assola o planeta. Anualmente morrem cinco milhões de crianças infectadas por doenças provenientes do consumo de água sem tratamento. A maioria dos casos ocorre em países pobres, que não possuem estrutura adequada de saneamento básico.
O Brasil é privilegiado, no que diz respeito à água doce. Abrigamos a maior bacia fluvial do mundo. Mas, mesmo assim, não temos uma distribuição uniforme e algumas regiões convivem com a falta de água.
A região norte, onde estão as principais bacias hidrográficas e aqüíferos do Brasil, é a menos povoada, ao contrário dos grandes centros urbanos, que sofrem pela distância dos rios e pelo excesso populacional. A contaminação afeta também as águas brasileiras, principalmente nas grandes cidades, que despejam a maior parte de seus resíduos nos rios sem tratamento.
Já sabemos que se não cuidarmos podemos ficar sem água, portanto, a melhor medida é preservá-la. Evitar o desperdício é algo que podemos fazer em nossas próprias casas, com pequenas atitudes conscientes, como: varrer a calçada, economizar do tempo gasto no banho, manter em dia a manutenção dos equipamentos que distribuem a água, evitar vazamentos e tantas outras coisas que estão ao nosso alcance. Não precisamos esperar grandes atos governamentais para nos movermos a favor desse bem essencial à nossa vida.

No dia 22 de março de 1992, a ONU também divulgou um importante documento: a “Declaração Universal dos Direitos da Água”, a água é seiva do nosso planeta e condição essencial da vida na terra. Confira os artigos:

Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.
Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.
Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.
Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.
Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.
Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.
Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.
Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.
Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.
Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

Fonte: Redação Ciclo Vivo

O que você pode fazer??? 


1. Escolha um paisagismo apropriado para o clima da região. Plantas nativas e gramíneas que se desenvolvem somente na chuva são as melhores.
2. Instale chuveiros e torneiras de baixo fluxo. Economizando água quente, você também reduzirá sua fatura energética.
3. Compre descargas de baixo volume, volume ultra-baixo ou modelos de dois fluxos.
4. Conserte torneiras com vazamentos. Todas essas gotas desperdiçadas chegam às vezes a até 95 litros por dia.
5. Coloque a máquina de lavar louça ou máquina de lavar roupa para funcionar somente quando estiverem cheias. Quando for a hora de substituí-las, compre um modelo energeticamente eficiente. Lembre-se, economizando água economiza-se energia e poupando energia poupa-se água.
6. Coma menos carne, especialmente bovina. Um hambúrguer tradicional pode gastar 2.385 litros para ser produzido.
7. Compre menos coisas. Tudo leva água em sua produção. Então, se comprarmos menos, diminuirem nossa pegada hídrica.
8. Recicle plásticos, vidros, metais e papel. Compre produtos que podem ser reutilizados e diminua sua quantidade de lixo. Assim, ao mesmo tempo poupa-se água, pois, na produção de novos itens a água é consumida.
9. Feche a torneira enquanto escova os dentes e lava os pratos e use um minuto ou dois de seu banho, no máximo, para fazer a barba.
10. Conheça sua fonte de água: rio, lago ou aquífero que abastece sua casa. Uma vez que você o conhece, você se preocupará mais com isso e não vai mais querer desperdiçar água.

Deixe seu comentário, contribua com novas dicas para economizar água!!!!

março 21, 2012

Água é fonte de vida

Amanhã é o dia mundial da água!!  


Que tal repensarmos nossas atitudes e começarmos agora a  utilizar a água de forma prudente e racional, evitando o desperdício e a poluição?

 - Um sexto da população mundial, mais de um bilhão de pessoas, não têm acesso a água potável;

- 40% dos habitantes do planeta (2.400 milhões) não têm acesso a serviços de saneamento básico;

- Cerca de 6 mil crianças morrem diariamente devido a doenças ligadas à água insalubre e a um saneamento e higiene deficientes;

- Segundo a ONU, até 2025, se os atuais padrões de consumo se mantiverem, duas em cada três pessoas no mundo vão sofrer escassez moderada ou grave de água.


Água potável é um bem muito precioso para ficar indo para o ralo. 

Segundo estatísticas, 70% do planeta é constituído de água, sendo que somente 3% são de água doce e, desse total, 98% está de água subterrânea. Isto quer dizer que a maior parte da água disponível e própria para consumo é mínima perto da quantidade total de água existente na nossa Terra.


Projeto quer obrigar reaproveitamento de águas em edifícios


Um projeto que pretende mudar a maneira como utilizamos a água nas nossas casas está passando pela Câmara em caráter conclusivo. Trata-se do Projeto 2457/11, que determina a instalação de sistemas de coleta, tratamento e reutilização de água da chuva e de águas já utilizadas ─ aquelas da máquina de lavar, do banho ─ que podem ser utilizadas para uso menos nobre que o consumo para beber, como lavar o carro, o quintal ou dar descarga na privada. A proposta já foi aprovada pelo Senado e, agora, será analisada pela Comissão de Meio Ambiente da Câmara.

O texto modifica o Estatuto da Cidade e inclui a adoção desse sistema de reaproveitamento de água nas diretrizes gerais na lei, mas estabelece que a regulamentação da lei caberá aos municípios, de acordo com as especificidades locais. Além disso, altera a Lei 4.380/64 para determinar a instalação desses sistemas em edifícios de uso coletivo construídos com recursos do Sistema Financeiro da Habitação. Segundo o Artigo 13-A do projeto, sempre que comprovadamente viável, os edifícios construídos com recursos do Sistema Financeiro da Habitação deverão prever “sistemas de coleta, armazenamento e utilização de águas pluviais”.

De acordo com Projeto de Lei 2457/11, as edificações deverão instalar sistemas dessa natureza se houver viabilidade técnica e econômica. No caso de impossibilidade técnica, deverão ser implementadas medidas compensatórias pelo uso da água que atendam a metas de redução do consumo estipuladas pelo município.

No texto original da proposta, do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), ficava determinado o prazo de 360 dias, contado da publicação da lei, para que “as edificações existentes” instalem os mencionados sistemas de reaproveitamento. “Havendo impossibilidade técnica, impor-se-iam medidas compensatórias de restrição ao consumo da água.” Essa parte do texto teve que ser tirada porque era inconstitucional, já que é competência dos municípios o planejamento e a execução da política de desenvolvimento urbano, como determina o art. 182 da Constituição.

A relatora do texto na Câmara, deputada Marina Santanna (PT-GO), anunciou que 14 projetos tramitam em conjunto com o texto já aprovado no Senado. Entre várias propostas, as que preveem concessão de incentivos fiscais para quem investir na coleta e reaproveitamento das águas da chuva são ressaltadas pela relatora.

Depois de analisado pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, a proposta seguirá para apreciação das comissões de Minas e Energia; de Desenvolvimento Urbano; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Se aprovado, começará a valer após 90 dias de após da sua publicação.

Fonte: O Eco

Fórum Mundial da Água: metas serão levadas a Rio+20


O 6º Fórum Mundial da Água terminou sábado (18/03) em Marselha, França, com o compromisso assinado por 140 países de aumentar o acesso à água potável, tratamento de esgoto e a promover o uso inteligente da água. O acordo é uma carta de intenção que não gera obrigações, ou seja, não haverá cobranças se algum país não cumprir o que prometeu.

Os resultados obtidos nesses 6 dias de evento (o fórum começou no dia 12) serão levados para a Rio+20, oficialmente conhecida como Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, que acontecerá em junho no Rio de Janeiro.

Na sexta-feira (16/03) parlamentares do mundo todo assinaram documento em que se recomenda que sejam incluídas na legislação de cada país mecanismos de proteção aos recursos hídricos. O Brasil foi representado por sete parlamentares: Senadores Rodrigo Rollemberg (PSB/DF), Jorge Viana (PT-AC), Aloysio Nunes (PSDB-SP), Sérgio Souza (PMDB-PR) e a Senadora Kátia Abreu (PSD-DF); além dos deputados Irajá Abreu (PSD-TO) e Leonardo Monteiro (PT-MG).

A delegação brasileira, presidida pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, foi a maior do evento, com cerca de 250 brasileiros entre empresas, parlamentares, representantes do governo e ongs. Todas as empresas administradoras de hidrelétricas estiveram presentes no fórum, como a concessionária Santo Antônio Energia, responsável pela usina hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, e representantes das empresas Eletrobras, Furnas, Cemig, entre outras. Segundo informa da Agência Nacional das Águas, a forte presença do Brasil reforçou a posição do país sediar o 8º Fórum Mundial da Água, em 2018. O destino do 7º Fórum já está escolhido: será na Coréia do Sul, em 2015.

Fonte: O Eco

março 20, 2012

Responsáveis pelo vazamento em Rio Grande, em 1998, foram finalmente condenados

 

Após mais de 12 anos, a Justiça Federal do Rio Grande do Sul decidiu, na quinta-feira, 20, pela condenação das empresas responsáveis pelo vazamento de ácido sulfúrico do navio Bahamas, em 1998. As empresas Bunge Fertilizantes, importadora da carga, Chemoil Internacional Limited, operadora da embarcação, e Genesis Navigation, proprietária do navio, foram condenadas a pagar indenização fixada em R$ 20 milhões. O Agora teve acesso, nesta sexta-feira, à integra da sentença.
O acidente envolvendo o navio de bandeira maltesa Bahamas em Rio Grande completará 13 anos em 24 de setembro. O Bahamas transportava ácido sulfúrico para as empresas fabricantes de fertilizantes Adubos Trevo, Fertisul e Manah – as duas últimas sucedidas atualmente pela Bunge. Na decisão judicial, constam depoimentos coletados de testemunhas, na época, que apontam como causa do acidente uma manobra incorreta, efetuada por um dos tripulantes em uma das válvulas de descarga. A imperícia teria sido responsável por provocar a sobrecarga de pressão e o consequente vazamento do ácido.
Os responsáveis já haviam respondido criminalmente pelos resultados do acidente. O acontecimento, responsável por alterar significativamente a vida da população da região, além de afetar diretamente atividades econômicas, ambientais e sociais locais, expôs a fragilidade do controle de embarcações e do transporte de cargas perigosas na costa brasileira.


As empresas Chemoil International Limited e Genesis Navigation foram responsabilizadas pelo fato de assumirem o risco do dano ambiental decorrente das atividades por elas desempenhadas. Já a Bunge Fertilizantes responde na condição de sucessora das empresas Manah S.A e Fertilizante Serrana S.A (Fertisul), destinatárias do ácido que se encontrava no navio durante o vazamento. Segundo o Juiz Federal substituto Rafael Wolff, se a carga não fosse importada pela empresa, a mistura jamais teria sido despejada na Lagoa dos Patos. A sentença é fundamentada no fato de ser obrigação das empresas condenadas arcar com os prejuízos causados por qualquer evento danoso durante atividade potencialmente poluidora, já que os mesmos se beneficiam dos negócios praticados.
Segundo laudo emitido pela Universidade Federal do Rio Grande (Furg) durante o processo, o simples fato do derramamento de substância estranha à água do sistema hídrico da Lagoa dos Patos já é responsável por interferir no equilíbrio natural e gerar danos ao ecossistema marinho. O dano provocado com o vazamento é considerado imensurável ao meio ambiente.

Histórico do caso

O navio tanque N/T Bahamas chegou ao Porto do Rio Grande no dia 24 de agosto de 1998. O Bahamas carregava 11,9 mil toneladas de ácido sulfúrico, sendo que parte da carga vazou, inicialmente atingindo a sala de bombas da embarcação. O vazamento foi constatado pelas autoridades somente em 30 de agosto. Devido a problemas operacionais, a água inundou os tanques misturando-se com o ácido, produzindo uma mistura ácida que, em contato com o metal do navio, gerou gases e risco de explosão. Na ocasião, após longa reação do ácido com a água, as válvulas do tanque de carga foram avariadas e a carga começou a escapar dos tanques para todos os outros espaços do navio.
Passado algum tempo, a alternativa encontrada por uma junta de autoridades foi permitir que o ácido fosse descarregado de forma controlada no canal que liga a Lagoa dos Patos ao oceano. Em 14 de setembro, o bombeamento foi suspenso pela Justiça. Posteriormente, o ácido ainda restante no navio foi transbordado para o navio “Yeros” e despejado no mar. Havia a suspeita de que o navio teria chegado ao Porto do Rio Grande já com problemas no casco. A suposição, no entanto, nunca foi desvendada, e na decisão de condenação é reiterada a falta de provas que comprovem o fato.
Posteriormente, o navio foi rebocado para alto-mar, onde seria afundado, mas, em uma negociação, até hoje polêmica, o emblemático Bahamas foi abordado em águas internacionais e levado por uma empresa que se dizia responsável pela embarcação rumo a um porto na Grécia.

Fonte: Jornal Agora - Portal Marítimo

II Fórum Internacional de Gestão Ambiental

Objetivo do Fórum é contribuir para o debate sobre os cuidados que devemos ter com os nossos recursos hídricos e o envolvimento da sociedade civil na gestão moderna do meio ambiente.

 
A economista Sara Eyal, diretora do escritório regional do Ministério da Agricultura do Estado de Israel, é um dos destaques da programação do 2º Fórum Internacional de Gestão Ambiental – Água e Comunicação: uma relação vital, que será instalado nesta quarta-feira (21 de março), às 14h, no Teatro Dante Barone, da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Também responsável pela Central Regional de Gerência Emergencial de Agricultura, Sara Eyal deverá falar sobre os projetos desenvolvidos por Israel, principalmente quanto à gestão da água e à transformação de vastas áreas de deserto daquele país.

O evento é uma iniciativa da Associação Riograndense de Imprensa (ARI), com o apoio e a parceria da Assembleia Legislativa, da Petrobrás, Corsan, IRGA, DMAE e Superintendência de Portos e Hidrovias, além do Sindicato de Jornalistas Profissionais do RS e do Núcleo de Ecojornalistas (NEJ-RS). Com o Fórum, explica o presidente da ARI, João Batista de Melo Filho, “queremos contribuir para o debate sobre os cuidados que devemos ter com os nossos recursos hídricos e o envolvimento da sociedade civil na gestão moderna do meio ambiente”.

Batista Filho lembra que o Brasil tem em seu território 12% do potencial de recursos hídricos do mundo, o que significa 53% de toda a América Latina. Os problemas estão relacionados com a má distribuição desta riqueza e a falta de conscientização sobre a sua importância. Do total, 80% desta água está na Amazônia, atendendo a 5% da população, enquanto os restantes 20% atingem a 95% dos brasileiros.

Mais informações sobre o 2º Fórum Internacional de Gestão Ambiental, incluindo a programação completa, podem ser obtidas no site
www.figambiental.com.br, pelo e-mail figa@inoveeventos.srv.br e pelo telefone (51) 3226-6619. As inscrições, gratuitas, podem ser feitas no mesmo endereço eletrônico.

Município que não tiver plano de resíduo até agosto fica impedido de receber recursos


O Município que não tiver plano de gestão dos resíduos sólidos até agosto de 2012 não poderá mais receber recursos federais para ações no setor. A obrigatoriedade está prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos – instituída pela Lei 12.305/2010. E pelo texto legal, o prazo para que Estados e Municípios elaborem os projetos termina daqui a cinco meses.

Desde que a lei foi aprovada, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, tem alertado o Congresso Nacional e o governo para o custo da demanda e a falta de condições de os Municípios cumprirem. “Se produz lei, se dá prazo para cumprir, mas não se diz onde está o dinheiro para aplicá-la”, salientou o líder municipalista mais uma vez.

De acordo com informações da CNM, dos 5.563 Municípios apenas 300 haviam elaborado os planos, há um ano atrás, e entre eles quatro capitais. Em entrevista a Agência Senado, Ziulkoski voltou a falar da dificuldade de implantar os programas de coleta seletiva e fechar os lixões até 2014. Ele estima que seja preciso construir mais de mil aterros sanitários no país. “Usando como base os aterros de pequeno porte que atingem 200 mil habitantes, os municípios brasileiros vão precisar levantar mais de R$ 52 bilhões para transformar os lixões em aterros sanitários dentro do prazo”, calculou.

Apesar de afirmar que o governo tem colocado instrumentos à disposição das prefeituras, o diretor de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Silvano Costa, reconhece o impacto das mudanças sobre os Municípios. De acordo com o representante do governo, o MMA abriu edital para candidatos a receber recursos destinados aos planos. O edital foi aberto em 2011, e até agora apenas 23 intermunicipais foram contratados pela Caixa Econômica Federal.

Até 2015, o Ministério das Cidades prevê destinar R$ 1,5 bilhão aos resíduos sólidos. No entanto, para habilitarem-se aos recursos, os Municípios deverão atender requisitos como soluções regionalizadas, sustentabilidade econômica, ambiental e social, com inclusão dos catadores na coleta seletiva regular. 

Fonte:CNM

março 19, 2012

A água novamente entre a vida e a morte


Passaram-se já 15 anos da primeira edição do Fórum Mundial da Água (FMA) e 20 da Declaração do Rio. Durante esses anos, o Conselho Mundial da Água – liderado por empresas como Veoliam, Suez, Coca Cola, Monsanto e outras grandes transnacionais – desenvolveram uma visão muito sofisticada da água, uma visão que está fundamentada no conceito de que água é um bem mercantil necessário para a vida e a ecologia, funcionais aos direitos humanos e à sobrevivência e, portanto… Um grande negócio.
Em todo esse período, ao invés de melhorar o cuidado com as fontes e aquíferos em todo o mundo, a situação piorou substancialmente. Os equilíbrios ecológicos necessários para a sobrevivência e a fluidez do ciclo hidrológico foram rompidos como nunca havia acontecido, devido aos processos de agroindústria em larga escala, contaminação mineradora e projetos de energia baseados na construção de enormes hidroelétricas, entre outras causas. As empresas, por sua vez, estão buscando cada vez ganhar mais terreno da gestão pública e seguem ocorrendo debates entre gestores públicos e empresários diplomáticos corporativistas, que tentam nos convencer de que o papel do setor privado é absolutamente necessário para a gestão da água.
Nestes debates e acordos de governança global da água pretende-se deslegitimar a gestão pública e fortalecer o conceito que foi desenvolvido pelo Consenso de Washington: o desenvolvimento e o cumprimento dos Objetivos do Milênio só serão possíveis se existir um forte investimento privado. Portanto, o desenvolvimento, os direitos humanos e os equilíbrios ecológicos estão ligados à sorte do mercado.
Este princípio permitiu construir um sistema especulativo de alto voo, que agora é reforçado com o desenvolvimento da economia verde que é mais do mesmo, mas concebido para criar mercados especulativos coloridos com uma tinta verde acrescentada para dar a sensação de que se está protegendo o planeta e com a intenção de mercantilizá-lo todo; não só a água que tomamos e até o ar que respiramos, mas inclusive o futuro do planeta. Ainda que pareça ficção científica, isto é possível assim como foi possível que desde este Fórum tenham surgido soluções técnicas e corporativas escandalosas há alguns anos e que agora estão sendo colocadas em prática.
Em Haia, o Fórum Mundial da Água de 2003 se propôs incentivar a criação de sementes transgênicas para “poupar água”, sob o diagnóstico de que a agricultura é a atividade que consome mais água em todo o mundo. Na época, os ativistas da água reclamaram que esta solução podia se constituir em um crime que poderia afetar a saúde de todo o mundo e lançaram campanhas para evitar as sementes transgênicas e incluir o princípio de precaução nestas tecnologias. Hoje, as sementes transgênicas são parte do comércio mundial de alimentos e suas tecnologias e insumos. Esta semana, a Argentina apresentou ao mundo com orgulho o patenteamento de uma nova semente transgênica capaz de “poupar” água na produção de trigo, milho e soja em nível mundial.
As coisas vão mal porque deixaram as decisões mais importantes sobre a vida e sobre o planeta nas mãos das corporações e de governos poderosos e desenvolvimentistas que, baseados no princípio de que tudo se compra, se paga, se vende ou se repara pagando, levaram até os limites a impossibilidade de se construir uma sociedade solidária, protetora do meio ambiente e, sobretudo, respeitosa de um bem sagrado para a vida como é a água.
O Fórum Mundial da Água se negou sistematicamente a apoiar em suas declarações o direito humano à água e ao saneamento. No Fórum Mundial da Água do México, em 2006, foram apenas quatro os países que assinaram uma declaração minoritária exigindo o direito humano à água, entre eles Uruguai e Bolívia. No entanto, nas Nações Unidas, há dois anos não houve nem um só voto contra a Resolução 64/292 declarando o direito humano à água e ao saneamento. Os países que se opunham a ela só puderam se abster de votar, mas não explicitar sua negativa a um evidente consenso gerado pelos povos e pelos países que sabem que este é um direito inalienável para a humanidade.
Como é possível que, sistematicamente, o FMA se negue a reconhecer esse direito e que, na ONU, ele tenha sido aprovado sem oposição há dois anos?
Sendo que são os mesmos países que fazem parte das declarações ministeriais, por um lado, e das resoluções e conferências, por outro. Por que é que agora, que ocorreu esse passo tão importante na ONU, o FMA não avança, mas, ao contrário, busca retroceder e diminuir as possibilidades de implementação do direito humano à água, favorecendo os processos de privatização? Mais do que isso, agora o FMA está decididamente disposto a incluir a água em “todas as suas dimensões econômicas, sociais e ambientais em um marco de governança, financiamento e cooperação” (…), como afirma sua declaração emitida no dia 13 de março, apesar do protesto de alguns países.
Enquanto isso, milhares, senão milhões de experiências e iniciativas de gestão social e solidária, experiências exitosas de gestão pública, são implementadas com base no conceito de que água é um bem comum, um bem não mercantil para a vida.
As políticas e visões promovidas pelo Fórum Mundial da Água não estão à altura dos desafios colocados diante do planeta e da humanidade. Pelo contrário, estão condenando a gestão da água a seu manejo pelos poderes corporativos incapazes de priorizar a vida, preocupados mais em extrair lucros de qualquer parte, por sistemas financeiros, especulativos e sistemas de litígios corporativos cobiçados nas instituições financeiras internacionais.
Considerando o extremo esgotamento dos recursos e o desequilíbrio ecológico produzido no planeta, é indispensável que a governabilidade da água fique fora das mãos do Conselho Mundial da Água e seja construída a partir de consensos dos cidadãos, dos povos e do interesse público. É por isso que os movimentos sociais reunidos em Marselha estão propondo que a ONU convoque um Fórum Global da Água que possibilite escutar as vozes das pessoas para pensar a água como um bem para a vida. As organizações sociais estão pedindo que sejam reforçados os sistemas locais e que se contribua para um exercício de vigilância social para assegurar que seu manejo seja social, democrático e solidário.
Diz-se, não sem razão que “milhares viveram sem amor, mas ninguém viveu sem água” (Auden). Nós acrescentamos, a partir deste Fórum, “sem amor, empatia e solidariedade, será impossível assegurar que a água chegue limpa e pura para todos”.
Fonte: Envolverde

Manifesto contra o “riocídio” amazônico


Aliança dos Rios da Amazônia – composta por movimentos de resistência às hidrelétricas nas bacias dos rios Madeira, Xingu, Teles Pires e Tapajós – divulgou nesta semana um manifesto contundente sobre os impactos que estão sendo gerados pelo barramento de grandes volumes de água em Rondônia e no Pará, denunciando o “riocídio” gerado por 16 projetos em andamento e projetados.
Esta foi uma resposta à total negligência do governo federal ao não responder às demandas dos povos originais. No dia 8 de fevereiro de 2011, este grupo que luta para preservar a Amazônia entregou à Secretaria Geral da Presidência um documento que questiona a atual política energética de Brasília.
Um fator diretamente ligado à expansão das hidrelétricas na região é que, em Rondônia, por exemplo, onde estão sendo construídas as usinas de Santo Antônio e Jirau, a derrubada da floresta aumentou muito no entorno: enquanto em 2010 foram desmatados 435 km2 no Estado, em 2011 o número saltou para 869 km2, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
No Pará, a história se repete, com um grande caos ambiental e social nas redondezas de Belo Monte, a hidrelétrica que está em construção na Volta Grande do Rio Xingu. Isto aponta que essas usinas não são tão limpas assim como o governo costuma defender. Elas viraram, no mínimo, hotspots de desmatamento, tanto direto como indireto.
Este drama vivido pelas tribos indígenas, quilombos e comunidades ribeirinhas deve-se ao fato de os técnicos do Ministério de Minas e Energia e as empreiteiras quererem, a todo custo, explorar o potencial hidrelétrico dos rios amazônicos para atender à demanda crescente de energia do país, esta que está sendo gerada, principalmente, pelo setor eletrointensivo do alumínio.
E o que se vê agora é que não foram dimensionados os impactos ambiental e social destas barragens e esse plano governamental está acarretando alagamentos de grandes extensões de floresta, inundações, alteração irreversível do equilíbrio dos ecossistemas atingidos como a mortandande de peixes e demais animais, emissão de gases estufa, deslocamento populacional massivo e doenças.
Fonte: Greenpeace Brasil

Espécies invasoras: nova base de dados ajuda no controle


Responsável pela diminuição da biodiversidade nos ecossistemas, a expansão de espécies exóticas invasoras em habitats naturais é um dos grandes problemas  globais que, acredite,  pode ter início no seu jardim. E a melhor de combater esse exército involuntário é educar os humanos, em geral, responsáveis pela sua mobilização.
As meigas florzinhas mal-me-quer (Chrysanthemum myconis) usadas para ornamentar a sua casa, ou casos mais graves como o caramujo-gigante-africano (Achatina fulica), introduzido no Brasil em 1988 com fins comerciais e hoje encontrado em praticamente todo o território nacional, são exemplos de espécies  que  dispersaram-se e dominaram ambientes naturais.
Uma das formas de amenizar o problema é a divulgação de quais  espécies requerem cuidados especiais e controle permanente para não se disseminarem. Essa é a intenção do Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação, ao atualizar a sua Base de Dados I3N Brasil de Espécies Exóticas Invasoras. “Ela servirá como uma referência para mostrar as espécies que não devem ser usadas desde em projetos de restauração ambiental até em jardins e quintais”, explica Sílvia R. Ziller, fundadora e diretora executiva do Instituto Hórus.                                                                            
A primeira versão do sistema foi desenvolvida entre 2004 e 2005. A rede I3N (rede temática de espécies exóticas invasoras da Rede Interamericana de Informação sobre Biodiversidade – IABIN) financiou o projeto, executado em conjunto pelo Instituto Hórus e pela Universidad Nacional del Sur, na Argentina. Revisada e melhorada para o uso público, o formato atual tem mais opções de consultas e dados. Hoje a lista possui 348 espécies exóticas invasoras e mais de 1.000 novas referências bibliográficas e ocorrências de espécies. 


Pessoas que trabalham com pesquisa e possuem dados sobre espécies exóticas invasoras podem contribuir. “Quem coleta dados com frequência pode receber um login e senha para acessar o sistema diretamente. Qualquer informação recebida passa por revisão técnica antes de ser incorporado à base de dados, e todos aqueles incluídos ficam sempre vinculados à fonte, permitindo que os interessados possam procurar o autor para maiores detalhes”, completa Ziller. A nova base foi lançada há poucos dias, às vésperas do Instituto Hórus completar 10 anos de fundação, no dia 17 de março. 

Fonte: O Eco

Brasil defende em assembléia do BID proposta para se criar objetivos do desenvolvimento sustentável

A proposta apresentada nesse domingo (18) pelo governo brasileiro de criar, com abrangência mundial, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) – em modelo semelhante aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) – foram, segundo a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, “bem recebidas” pelas autoridades que participam da reunião da Comissão da Assembleia de Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no Uruguai.
“Apesar de a proposta ter sido apresentada em um rápido debate, eles a acolheram bem, especialmente por ela não ser restrita a países em desenvolvimento. A preocupação, agora, é definir objetivos e dar maior concretude a ela, para que os chefes de Estado ajudem a montar os ODS”, disse à Agência Brasil Miriam Belchior.
Ela reiterou elogios aos ODM e ressaltou que a proposta não tem caráter punitivo para os países que não cumprirem as metas. “Não serão ações punitivas, mas avaliações sobre as metas, para melhorar situação do planeta”, disse.


Para ela, é preciso definir com clareza o organismo internacional que ficará responsável pelo monitoramento do cumprimento das metas dos ODS.“É importante avançarmos principalmente nesse ponto, já que as Nações Unidas não deixam claro quem é o responsável [por esse papel, no caso dos ODM]. Isso acaba fazendo com que a missão fique aquém dos seus desafios”.
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), prevista para junho, no Rio de Janeiro, também esteve na pauta de discussões. “Há ainda preocupação, tanto do BID [Banco Interamericano de Desenvolvimento] como de outros organismos, sobre como financiar as medidas de sustentabilidade”, disse a ministra.

Fonte: Agência Brasil - EcoAgência 

março 15, 2012

Gado apreendido pelo Ibama no Pará é doado para programa social


O Ibama concluiu na semana passada o processo de doação de 907 cabeças de gado apreendidas em Altamira/PA durante a Operação Dispara, realizada em 2011 para conter o aumento do desmatamento ilegal na Amazônia. A doação foi feita ao programa Mesa Brasil, do Serviço Social do Comércio no estado (SESC/PA), uma rede nacional de bancos de alimentos contra a fome e o desperdício.

O gado,  mantido em uma propriedade em Itaituba, foi transportado para Santarém em cinco caminhões e duas balsas que navegaram pelo rio Tapajós durante a última semana e entregue ao programa Mesa Brasil. “Concluir a doação tem grande importância para o combate ao desmatamento na região, mostra que não adianta insistir nessa atividade ilegal. O resultado será a perda do gado”, afirmou Hugo Américo Schaedler, gerente do Ibama em Santarém/PA.

A operação Disparada combateu a pecuária ilegal simultaneamente em cinco regiões da Amazônia Legal, localizadas no Pará, Mato Grosso e Amazonas. Em toda a Amazônia, foram apreendidos 5,4 mil animais. A pecuária desenvolvida em áreas ilegais é considerado um dos principais vetores do desmatamento da Amazônia.

Fonte: Ascom – Ibama

março 13, 2012

Mira-Serra barra plantio de transgênicos próximo às UCs

 
Em Ação Popular impetrada pela coordenadora-presidente da Mira-Serra, ONG filiada da Apedema, bióloga Lisiane Becker, foi obtida sentença favorável contra a redução dos limites para plantio de soja e algodão transgênicos no entorno de Unidades de Conservação.

A sentença foi saudada pelas ONGs da Apedema como uma vitória. Para Eduíno de Mattos, da ONG Solidariedade, “todos os integrantes da Apedema têm que apoiar diretamente este tipo de ação, somente desta forma conseguiremos realmente um embate sério contra a “bandidagem” que impera sobre o meio ambiente, atingindo toda vida do ecossistema".

Paulo Brack, do Ingá e membro da atual Coordenação da Apedema, manifestou-se com entusiasmo: “Uma vitória realmente! Vai dar pano para manga, e a polêmica, se ocorrer, vai ter que ser bem tratada por todos nós.” Apesar da alegria com esse momento, o biólogo ressalta que nem tudo é festa. “Por outro lado, fica a questão de que o Estado tem que garantir a  fiscalização e a oferta de sementes não transgênicas, pois 99% da soja plantada no RS é GM, e o milho já beira os 65%. O quadro é bem ruim."

Segundo o pesquisador, que tem larga experiência na área ambientalista, no ano passado muitos votaram a favor de que sementes transgênicas sejam disponibilizadas no troca-troca pelo governo e agricultores familiares. “Temos que agora exigir fiscalização e um plano para plantarem principalmente espécies nativas (frutíferas) nas bordas dos Parques. O pesquisador cita o Parque Estadual do Turvo, como um dos que está sitiado pelas monoculturas. A Agapan, através da ambientalista Edi Fonseca, declarou: “Finalmente, no meio de tantas derrotas, temos muito para comemorar com esta sentença favorável ao meio ambiente. Parabéns à Mira-Serra.

Além de dar o reconhecimento ao advogado Ricardo Felinto pelo empenho e brilhantismo, Lisiane Becker esclarece que em 2009, a Resolução Conama 13/90 ainda não fora revogada (a que considerava os 10 Km para proteção da biota no entorno das UCs, de qualquer categoria). "Com a Ação Popular e outra Ação Civil Pública da ONG Mira-Serra, incomodamos poderosos que, após um ano de discussão no Conama, revogaram a Res. 13/90 de modo golpista." No RS, diz a bióloga, “o previsto na Res. 13/90 foi incorporado ao nosso Código e, por isto, o “golpe” de setores interessados/ligados nos transgênicos não teve sucesso aqui.”

Visite o site da ONG Mira-Serra para conhecer mais detalhes sobre esse tema.
 http://miraserra.org.br/uc_sentenca.htm

Fonte: Apedema-RS/EcoAgência

Contagem Regressiva para a Rio +20



Em 100 dias, começará a Conferência Rio+20, que marca os 20 anos da realização da Rio 92, a principal conferência sobre meio ambiente já realizada. A ONU conta com as redes sociais para mobilizar pessoas em prol da Rio+20: “O envolvimento da sociedade civil é essencial para o sucesso da Rio+20”, disse Sha Zukang, Secretário-Geral da Conferência. “Através dos meios de comunicação social, esperamos atingir um número cada vez maior de pessoas para destacar a importância deste evento mundial e a necessidade de agir agora para promover o desenvolvimento sustentável.”

Ao contrário da Rio 92, que foi uma conferência do meio ambiente, a Rio+20 tem como objetivo principal debater o desenvolvimento sustentável. Cerca de 50 mil pessoas são esperadas para participar da Conferência no Rio, entre mais de 100 presidentes e primeiros-ministros, parlamentares, prefeitos, jornalistas, funcionários da ONU, executivos, líderes de ONGs, acadêmicos e sociedade civil.

Na agenda oficial das negociações, na próxima semana - do dia 19 a 27 de março - os países darão continuidade nas negociações dos pontos e acordos que deverão acontecer na Rio+20. A reunião será em Nova York. Oficialmente, ainda haverá outros encontros: mais um em Nova York, entre os dias 23 de abril e 4 de maio e a rodada final no Rio de Janeiro, nos dias 13 e 15 de junho. A conferência acontecerá entre os dias 20 e 22 de junho.

Fora dos canais oficiais, também começam a surgir alternativas para se engajar no debate. Foi criado um site para promover discussões acerca dos tópicos da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Trata-se do Congresso Virtual Internacional Economia Verde e Inclusão Sócioprodutiva: o papel da agricultura familiar. O espaço virtual foi feito pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) e o Núcleo de Estudos e Desenvolvimento Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

Os debates do fórum virtual acontecerão entre 9 e 30 de abril e os resultados das discussões serão levados ao evento oficial, em junho. “Convidamos pesquisadores e gestores para participarem do evento e a interagiram com os usuários. É uma oportunidade rara de discutir esses temas com pessoas de renome. Além disso, os resultados do congresso serão consolidados em um informe técnico e uma revista especial que conterão a sistematização dos debates temáticos e as principais contribuições para a Rio +20”, afirmou Carlos Miranda, coordenador executivo do Fórum Permanente de Desenvolvimento Rural Sustentável e um dos organizadores do congresso.

As inscrições para participar dos debates são gratuitas e abertas ao público em geral. Os temas a serem discutidos são os mesmo da Conferência Rio+20, a saber: Economia Verde; Inclusão Sócioprodutiva; Desenvolvimento Rural Sustentável; Recursos Naturais e Segurança Alimentar; Produção e Consumo Sustentável. Uma boa maneira de antecipar o que será discutido em junho, quando o mundo todo estará de olho nos resultados do mais importante evento ambiental do ano.

Fonte: O Eco

7 formas de perder peso com consciência ambiental

1. Dirija menos

Todo mundo sabe que deixar o carro na garagem é ótimo para o meio ambiente. Mas que tal começar a ver isso como um benefício para você mesmo? Comece fazendo pequenos trajetos a pé ou de bicicleta, até se sentir motivado a fazer deslocamentos maiores sem depender do motor do seu veículo. Transforme isso em um hábito e logo você vai ver diferença no seu corpo ao mesmo tempo em que diminui sua pegada de carbono individual, seja para ir à padaria ou para visitar amigos ou parentes. Caminhe mais! Vá de Bike!



2. Deixe seu prato mais verde

Faça refeições ricas em frutas, legumes e vegetais e substitua a carne por alimentos menos calóricos como o feijão e a soja. Dessa forma, além de manter uma dieta balanceada, você estará reduzindo seus gastos mensais e diminuindo suas emissões de gases do efeito estufa relacionadas à pecuária. Se você acha que essa tarefa vai ser difícil, experimente receitas com novos ingredientes, como lasanhas de berinjela e nhoques de abóbora. E se você é do tipo que não consegue viver sem consumir carne, pelo menos tente diminuir a frequência em que ela aparece no seu prato. A digestão é difícil e seu organismo vai responder bem.




3. Incentive a agricultura local

Uma boa forma de ficar motivado a se alimentar melhor é participar do plantio e colheita de pequenas hortas e jardins na sua cidade. Se você não se vê fazendo isso, procure incentivar os pequenos agricultores locais comprando frutas, legumes e verduras cultivadas próximas a seu bairro, que dispensam o uso de caminhões grandes para o transporte. Além de serem mais frescos, geralmente são mais ricos em nutrientes e menos contaminados com agrotóxicos.


4. Seja voluntário em uma atividade ao ar livre

Fazer atividades ao ar livre é sempre mais agradável e menos poluente. Se você tem um tempinho de folga nos finais de semana, aproveite sua disposição para realizar trabalhos voluntários de preservação da natureza. Em vez de ficar em casa vendo televisão, você estará queimando calorias com atividades que vão contribuir para a sua cidade se tornar um ambiente mais natural e mais preservado.

5. Beba menos calorias

Todos os vegetais do mundo não serão suficientes para reduzir seu peso se você estiver bebendo litros de calorias em sucos com açúcar, refrigerantes e café. Sempre dê preferência a sucos caseiros feitos com a fruta natural. Além disso, as bebidas industrializadas também contribuem para sua pegada de carbono já que consomem energia e diversos recursos naturais na produção, sem falar nas embalagens que viram lixo depois do consumo. Por isso, comprar água de garrafa não faz sentido se você tiver um filtro na sua casa ou no seu trabalho, por exemplo. Mude seus hábitos!!

6. Planeje uma horta caseira

Para ter um jardim ou horta caseira você não precisa gastar muito, nem ter muito espaço. Você pode reaproveitar latas e recipientes como vasos e até mesmo usar garrafas pet para construir uma horta vertical. Com essas duas ideias você pode plantar desde plantas frutíferas até temperos para deixar suas refeições mais saborosas.

7. Fique mais em contato com a natureza

Faça tudo o que você puder ao ar livre. Desde praticar yoga até brincar com o seu cachorro. Quando estamos dentro de um ambiente fechado, sempre acabamos consumindo energia elétrica seja para manter ligadas as luzes, a TV ou o ventilador. Se você frequenta uma academia, por que não passa a fazer os exercícios aeróbicos na praia, no parque ou em uma rua tranquila? Além de fazer seus treinos respirando o ar puro, isso vai desenvolver ainda mais o seu amor pela natureza. E provavelmente vai fazer novos amigos.


Publicado originalmente no Greenstyle

O lixo que vira arte

Não é de hoje que resíduos inutilizados dão origem a novas peças e criações curiosas. Muitos tipos de obras de arte só existem graças a esses objetos que, em teoria, seriam rapidamente descartados. Ao contrário do que muita gente pensa, o lixo pode ser reaproveitado, sim, e ainda surpreender qualquer um, como nas obras de arte abaixo.

Arco de bicicletas

Um incrível arco gigante foi construído na entrada de um estacionamento de bicicletas. E ele se relaciona com o local, já que foi construído com base em partes de bicicletas quebradas. Todas as “magrelas” danificadas foram recolhidas de organizações sem fins lucrativos que armazenam bicicletas para crianças carentes. A ideia foi dos designers Mark Grieve e Ilana Spector, que levaram todas as bikes para reciclagem após desmontarem a estrutura temporária.


Cachorro de brinquedo

Toda criança acaba sempre quebrando algum brinquedo, que vai para o lixo. O escultor britânico Robert Bradford recolhe tudo, estejam as peças  quebradas, velhas ou inutilizadas. Com elas, monta diversos animais incríveis, principalmente cachorros, que são parte de seu projeto chamado “Recycled Toy Sculptures”.

 

Mosaicos
Estas são obras de arte que não poderiam faltar na lista. A artista Sandhi Schimmel encontrou uma forma incrível de dar um fim decente a toda a papelada que recebemos diariamente na rua, seja panfletos, formulários, comprovantes, cupons fiscais e outros. Inspirada na pop art, ela cria retratos, muitas vezes de pessoas famosas, e ainda ajuda o meio ambiente.


Boneco de neve reciclado

O boneco não é realmente feito de neve, mas os materiais utilizados nele mantêm sua forma tradicional, sem falar que não derrete! O projeto foi desenvolvido pelas próprias crianças de uma creche no Canadá a partir da técnica do reaproveitamento. Foram utilizados embalagens plásticas, recipientes e caixas vazias de suco. De forma criativa e divertida elas puderam aprender sobre a importância de reutilizar o lixo.


Pessoas de lixo?

O artista HA Schult criou a incrível e perturbadora exposição que tem mil homens feitos de lixo. As estátuas se parecem muito com pessoas reais e são todas feitas com peças de computador, plástico e alumínio. É considerada uma das maiores exposições de arte reciclada do mundo.


*Com informações do Ciclo Vivo, Green Diary e Infobarrel