janeiro 21, 2013

Natureza e ciência unidas por uma evolução sustentável

A estrutura microscópica dos carrapichos serviu de 
inspiração para a criação do velcro. Foto: Elaine Schug
Aposto que, alguma vez, você já ouviu a famosa frase do cientista francês Lavoisier: “Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. A expressão data do século XVIII e diz respeito ao princípio de conservação da matéria. É o maior e melhor modelo de sustentabilidade e adaptabilidade que o ser humano pode seguir. Tanto é assim que existe um ramo na ciência, relativamente recente, chamado biomimética, cuja responsabilidade é aprender com a natureza pelo estudo de suas estruturas e funções e, a partir daí, aplicar as descobertas nas mais diversas áreas do conhecimento.
Um exemplo bastante conhecido é o caso do carrapicho que serviu de inspiração para a criação do velcro. Em 1941, o cientista Georges de Mestral, curioso com o fato de aquelas sementinhas verdes grudarem com tanta facilidade aos tecidos de sua roupa e ao pelo de seu cachorro, descobriu, observando o carrapicho ao microscópio, que o vegetal possuía uma estrutura semelhante a pequenos ganchos, os quais se prendiam aos emaranhados dos tecidos de sua calça e aos pelos de seu cão. A partir daí, teve a ideia de desenvolver o velcro, uma feliz adaptação do mesmo princípio do carrapicho. Ao longo dos anos, o invento sofreu inúmeras melhorias até chegar à forma conhecida atualmente.
De fato, não é de hoje que importantes invenções e descobertas se tornaram possíveis graças à observação da natureza. A ideia de superfícies de baixo atrito, por exemplo, aplicada hoje em cascos de navios e até em trajes de natação, foi desenvolvida em estudos com peixes em seu ambiente aquático. O princípio da lei da gravidade também não foge a essa ciência. Isaac Newton avançou no estudo dessa teoria depois de notar a trajetória das maçãs que caíam dos galhos no seu pomar.
Outro caso muito curioso são as torres de cupins, usadas como inspiração para construções sustentáveis. A hábil engenharia desses insetos consegue manter constante a temperatura no interior de suas moradias, por meio de um complexo sistema de túneis. Seguindo o modelo usado por eles, foi erguido o Eastgate, no Zimbábue, um prédio comercial que também funciona como um shopping. Apesar de a temperatura fora dele variar entre 3ºC e 42ºC ao longo do dia, ela se mantém estável dentro do edifício, com uma diferença de não mais de 1ºC entre a manhã e a noite. O edifício economiza, de maneira autônoma, mais de 90% de energia em relação às construções tradicionais, não só em ventilação, mas também em iluminação.
Fonte: Respostas Sustentáveis

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