setembro 11, 2013

Animais como mexilhão e lula geram bioplástico e podem ser alternativa ao petróleo


 sacola-plastica-ecod.jpg
Sacolas plásticas convencionais são derivadas do petróleo e levam muitos anos para se decompor no meio ambiente
Foto: Topsy@Waygood

A produção de plástico costuma gerar muita polêmica porque, além de ser derivado do petróleo, um combustível fóssil que não é renovável, esse tipo de material leva muito tempo para se decompor no meio ambiente, onde muitas vezes acaba despejado.

Mas cientistas de Singapura conseguiram desenvolver recentemente um "bioplástico" a partir de organismos marítimos como a lula e o mexilhão. Detalhe: com uma resistência similar ou superior a dos derivados de petróleo.
A equipe da Universidade Tecnológica de Nanyang (NTU) e a Agência para a Ciência, Tecnologia e Pesquisa (AxSTAR) da cidade-Estado indicou que os novos biomateriais supõem uma alternativa mais ecológica aos produtos criados a partir do petróleo.

A pesquisa inclui a criação de um material flexível (muito parecido com o plástico) a partir dos tentáculos da lula, uma cola derivada dos mexilhões e um material elástico a partir dos ovos do caracol marinho
"Este estudo acelera o entendimento do projeto com a natureza e está dirigido a encontrar novos materiais para o futuro, principalmente aqueles que são mais sustentáveis que os plásticos atuais", indicaram os cientistas em comunicado, segundo informações da agênciaEFE.

Lula, mexilhões e caracol
Publicada nesta semana pela revista Nature Biotechnology, a pesquisa inclui a criação de um material flexível (muito parecido com o plástico) a partir dos tentáculos da lula, uma cola derivada dos mexilhões e um material elástico a partir dos ovos do caracol marinho.
Estes biomateriais podem ser utilizados como embalagem, cola e, inclusive, em implantes orgânicos.
Os cientistas combinaram o sequenciamento do ácido ribonucléico ARN e a proteômica - que estuda as funções das proteínas - com as ciências dos materiais, o que permitiu uma aceleração dos resultados para meses ao invés de anos de pesquisa.

O professor da NTU, Ali Miserez, que dirige a pesquisa junto aos doutores Paul Guerette e Shawn Hoon, declarou que a nova integração da proteômica e a ciência dos materiais têm um grande potencial tanto para a indústria quanto para os pesquisadores.

"A natureza tem muitos segredos que temos ainda que descobrir. O potencial de encontrar novos biomateriais em um tempo curto é imenso", declarou Miserez.
Segundo o cientista, eles conseguiram reproduzir artificialmente a proteína dos anéis de sucção lula com grande rigidez, dureza e resistência após terem identificado sua composição molecular.

Ecodesenvolvimento

Nenhum comentário:

Postar um comentário