janeiro 15, 2012

Mato Grosso aumenta produção de soja sem desmatar

 

Desmatamento no Mato Grosso. O gráfico demonstra a relação entre a produção de soja (em verde), número de cabeças de gado (em azul) e desmatamento (em vermelho) entre 2001 e 2010. O aumento da produção corresponde a incremento de 3 milhões de hectares para a soja e 10 milhões de hectares de pastos (considerando uma cabeça por hectare).

Manaus, AM - A expansão da soja não provocou aumento significativo no desmatamento no Mato Grosso entre os anos de 2006 e 2010, segundo estudo publicado esta semana na revista científica americana PNAS - Proccedings of the National Academy of Science. “Nestes período, a soja parou de entrar em áreas de floresta e começou a usar áreas que já haviam sido desmatadas, como pastagens de baixa produtividade”, afirma a ecóloga Márcia Macedo, autora principal do artigo.

Os pesquisadores da Universidade de Columbia, Estados Unidos, da Agência Espacial Americana (Nasa), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) combinaram imagens do satélite MODIS com estatísticas de desmatamento para fazer uma análise das mudanças no uso da terra. Os resultados foram comparados com estudos realizados anteriormente, que demonstravam a relação entre a expansão da soja e o aumento da derrubada de florestas no estado.

Segundo o estudo, na segunda metade da década de 2000, o desmatamento diminuiu no Mato Grosso, mesmo quando a rentabilidade favorecia a produção da soja, como em 2008. Além disso, os pesquisadores verificaram que esta redução do desmatamento na floresta não resultou na migração da soja para outras paisagens, como o cerrado, ou outros estados, como Pará ou Rondônia.

Uma conclusão importante dos pesquisadores é que a restauração de áreas degradadas e o uso de melhor tecnologia pode aumentar a produtividade das pastagens e liberar terras suficientes para acomodar o crescimento da soja previsto até 2030.

A redução da derrubada de floresta ocorreu em um momento em que foram adotadas políticas que restringiram o crédito e o acesso ao mercado externo aos desmatadores, como a Moratória da Soja. Mas o estudo ressalta que estas medidas podem não ter sido o principal fator na redução. Na mesma época, também houve condições de mercado desfavoráveis ao desmate.

O texto destaca também que diminuir o desmatamento não é suficiente para preservar as florestas remanescentes, que podem ser afetadas pela exploração madeireira e pelo fogo.

Fonte: O ECO

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