fevereiro 28, 2013

Não queime depois de ler: pesquisa propõe reciclagem do livro didático


A famosa declaração de Monteiro Lobato, de que “um país se faz com homens e livros”, justifica a importância dessas obras. Nesta quarta-feira, 27 de fevereiro, é celebrado o Dia Nacional do Livro Didático, uma data para refletirmos sobre a destinação dada a esses “porta-vozes do conhecimento” tão essenciais em nossas vidas.

Segundo Odenildo Senna, em Palavra, poder e ensino da língua (Valer, 2001) o livro didático pode mostrar-se como um instrumento eficiente, mas que revoga ao professor o seu papel de mediador insubstituível dentro do processo de ensino-aprendizagem.

Os livros didáticos passam a ser utilizados com mais frequência no Brasil na segunda metade da década de 60, com a assinatura do acordo MEC-Usaid em 1966, época em que são editados em grande quantidade para atender a demanda de um novo contexto escolar em surgimento.  Em 1993, o MEC criou uma comissão de especialistas encarregada de duas tarefas principais: avaliar a qualidade dos livros mais solicitados ao ministério e estabelecer critérios gerais para a avaliação das novas aquisições.


Importância do reaproveitamento
Quatro milhões de toneladas de papel são recicladas anualmente no Brasil, 43,5% do total consumido
Em média, 130 milhões de livros novinhos em folha ganham vida nas salas de aulas todos os anos. Eles são distribuídos somente pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), criado em 1985. O Ministério da Educação estimula a reutilização do material por até três anos, incentivando os alunos a devolverem os livros ao final do ano letivo.
Há outras formas de reaproveitamento, como adquirir e doar os livros didáticos em feiras de livros ou sebos. Mas, ainda assim, o destino final desses instrumentos de conhecimento acaba sendo o mesmo uma hora ou outra, o lixo.
Para mudar o final dessa história, um projeto do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) está pesquisando como transformar os livros didáticos usados em novinhos outra vez.

Reciclagem
Dos quase 138 milhões de exemplares de livros didáticos distribuídos em 2011, segundo dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, um total de 123 mil toneladas de papel têm potencial para reciclagem. No final de 2012, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) divulgou o resultado de um projeto de pesquisa com amostras do miolo e da capa dos livros, demonstrando ser viável o reaproveitamento do papel.

A reciclagem dos livros didáticos é mais complicada porque grande parte deles é impressa em quatro cores, além de possuir lombada quadrada e miolo fixado com cola de poliuretano. Assim, para ser eficiente, a reciclagem deve remover os pigmentos coloridos e a cola. Os livros didáticos têm ainda em sua composição diversos contaminantes, como corantes, revestimentos, tintas de impressão, laminações e adesivos, além de materiais misturados ao longo do ciclo de vida dos exemplares, como clipes, arames, elásticos e impurezas.

Os testes demonstraram que os papéis podem ser reaproveitados por meio de dois métodos diferentes: o primeiro é o cozimento com solução alcalina e destintamento, que gera papéis com alvura equivalente à dos empregados na confecção dos livros; e o da desagregação, cujo resultado possui um alto teor de sujidade, transformando o papel em produtos como chapas de papelão ondulado e cartões multicamada, que não exigem uma boa aparência.

Fonte: Ecodesenvolvimento

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