fevereiro 14, 2013

Corais dão exemplo às megacidades





As chamadas megacidades cada vez mais serão as moradias de muitos de nós. Segundo estimativas da ONU, já em 2015 haverá 60 delas espalhadas pelo planeta abrigando 600 milhões de pessoas. Pesquisadores de todas as áreas estudam como administrar e ter qualidade de vida, saúde e alimentação nesses gigantescos centros urbanos que pouco a pouco vão mudar a cara da Terra e nos obrigam a rever conceitos desde já. O que nem todo mundo sabe é que a natureza também tem suas próprias “megacidades” e, ao contrário de nós, ela encontrou seu ponto de equilíbrio.
No fundo do mar, os recifes de corais funcionam como grandes cidades. Esses complexos crescem em regiões do oceano atingidas pela luz solar. Dependem de ondas responsáveis por alimentos e oxigênio dissolvidos e abrigam quase metade de todas as espécies conhecidas de peixes. Esse dado soa ainda mais impressionante se levarmos em consideração que os corais ocupam menos de 1% da área total dos oceanos. Por isso, há quem compare esse ecossistema aos oásis dos desertos, principalmente nas águas limpas dos oceanos tropicais que, curiosamente, são muito pobres de alimentos e nutrientes. Ao contrário das grandes cidades, nesses ambientes os recifes já possuem sua própria dinâmica e conseguem dar conta perfeitamente de assuntos complicados do espaço urbano, como coleta de alimentos, reciclagem de materiais. Milhares de pequenos animais vivem e dependem desse ambiente; em troca, são eles mesmos que formam ao longo do tempo a própria estrutura dos recifes. Cada uma das espécies que habitam esses complexos exerce funções próprias e essenciais para a harmonia do espaço.
No entanto, essas “megacidades” naturais estão ameaçadas. Para que se mantenham, os corais necessitam de estabilidade; nada pode ser alterado de seu estado original – a temperatura da água ou sua qualidade não podem mudar. Caso isso aconteça, a estrutura morre ou sofre danos cuja recuperação pode levar muitos anos para ser concluída. A ameaça vem do aquecimento global, do uso predatório dos recursos marinhos e da poluição dos mares, que podem provocar consequências catastróficas e desconhecidas não apenas aos corais, mas a todos nós. Uma das formas de frear essa escalada preocupante é a criação de áreas protegidas. Ao menos, essa é a indicação da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 2010, os Estados participantes da conferência da ONU sobre biodiversidade, realizada em Nagoya, no Japão, acordaram que os países deveriam conservar ao menos 10% de suas áreas marinhas e costeiras. O Brasil, com quase 9 mil quilômetros de litoral, ainda está longe dessa meta, mantendo somente 1,5% de sua área marinha protegida. Mais uma vez, estamos assistindo à passagem do tempo e poderíamos fazer mais para evitar essa tragédia anunciada.
No vídeo abaixo, dois cientistas da Bahia explicam os impactos do aquecimento global nos ambientes marinhos.


Fonte: Respostas Sustentáveis

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