Morar na zona sul de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, sempre foi sinônimo de tranquilidade e contato com a natureza. Quem vive lá, há mais de 15 anos, já ouviu alguém comentar que "não é morar, é se esconder". Há pontos da região sul que ficam entre 40 min e mais de 1 hora de distância do Centro da cidade. Lá, predominam as áreas verdes que abrigam pequenos agricultores, além das comunidades de pescadores do bairro Lami e indígenas das etnias Guarani, Kaingang e Charrua.
Entretanto, há uma década, a capital gaúcha sofreu uma transformação no seu Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) e perdeu a demarcação oficial da sua área rural, que protegia a região sul. Desde então, ela sofre com a urbanização e consequente redução das áreas naturais. A mudança criou dificuldades para os pequenos produtores de alimentos orgânicos locais.
Entretanto, há uma década, a capital gaúcha sofreu uma transformação no seu Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental (PDDUA) e perdeu a demarcação oficial da sua área rural, que protegia a região sul. Desde então, ela sofre com a urbanização e consequente redução das áreas naturais. A mudança criou dificuldades para os pequenos produtores de alimentos orgânicos locais.
Há 30 anos vivendo da terra, no extremo sul da cidade, a agricultora Mary Angela Fernandes Ferreira pôde vivenciar as mudanças decorrentes do último plano diretor da capital gaúcha. Vizinha de um dos maiores loteamentos da região, o condomínio residencial Terra Ville, Mary logo sentiu os primeiros impactos da urbanização. “Ao cercarem o loteamento, os animais silvestres começaram a invadir e atacar nossas hortas, pela redução do seu habitat natural. Já percebemos um aumento de ratão do banhado e tartarugas pela ausência de predadores. Ou seja, para manter aquele lugar de moradia urbana magnífico, o entorno sofre um desequilíbrio ecológico”, diz a agricultora.Mary também ressalta a redução da quantidade de mata nativa, como a árvore Maricá. Essa espécie é uma esponja de água da chuva e era a principal resonsável pela sua absorção nas épocas de maior precipitação. “Para os produtores da antiga zona rural, isso resulta em hortas perdidas e mais alagamentos nos períodos de chuva forte”, lamenta.
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Fonte: O Eco
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