julho 31, 2013

Degelo no Ártico deve custar ao mundo 60 trilhões de dólares

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O desaparecimento do gelo marinho tem consequências na vida de todos, e são mais graves nos países em desenvolvimento, diz relatório
Foto: Mark Garten/UN Photo

O Ártico está derretendo e o preço desse processo não é nada "em conta", principalmente para países em desenvolvimento - isto inclui o Brasil. O total do prejuízo está estimado em 60 trilhões de dólares (cerca de R$ 120 trilhões), mas 80% desse valor será pago pelas nações da América do Sul, África e Ásia. Os danos causados ao polo se estenderão nos próximos 80 anos, anuncia o artigo O vasto custo das mudanças no Ártico, publicado na revista científica Nature.

Mas como e de que maneira pagaremos este preço? Gastando com políticas e ações para amenizar os efeitos das secas, das enchentes, das tempestades, prejuízos dos agricultores, seja no preço da mercadoria ou por meio de ações do governo; e mais ainda com remédios e hospitais para atender os problemas de saúde decorrentes de todos esses fenômenos climáticos.
Para se ter ideia, do dia primeiro de julho ao dia 15 de 2013, uma área de mais de 130 mil km² de gelo marinho foram derretidos.
"O desaparecimento iminente do gelo marinho de verão no Ártico terá enormes implicações para a aceleração das mudanças climáticas e a liberação de metano das águas, que agora são capazes de aquecer no verão", explica o professor Peter Wadhams , chefe do grupo de física oceano polar da Universidade de Cambridge, em entrevista ao The Guardian.
Os dados de satélite recolhidos a partir do Centro de Dados em Boulder, Colorado (EUA), mostrou que a perda de gelo poderá ser acelerada e chegar a 8,2 milhões quilômetros quadrados até 2020. Para se ter ideia, de 1º de julho ao dia 15, uma área de mais de 130 mil km² de gelo marinho foi derretida. Usando a tão conhecida comparação com campos de futebol, isso equivale a mais de 120 espaços desses, considerando os maiores aceitos pela Fifa (120m x 90m).

Navegações
O que mais preocupa os cientistas são as navegações que utilizam a região para economizar no uso do combustível, mas, para isso, esses realizam o chamado corta-gelo, que consiste exatamente no que propõe o nome. Além do próprio fenômeno de degelo que vem do aquecimento global, a quebra desse blocos por ações diretas das tecnologias aumenta a emissão de metano que é o maior causador do derretimento.
De acordo com autoridades russas, 218 navios da Coreia do Sul, China, Japão, Noruega, Alemanha e em outros países, até agora, pediram permissão para seguir a "rota marítima do Norte" (NSR) este ano. Em 2012, o percurso foi feito por 46 embarcações. Em 2011, apenas por quatro navios.


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