março 27, 2012

Mais energia limpa não significa menos energia suja


Nós gostamos de pensar que um megawatt/hora de energia eólica elimina um megawatt/hora de eletricidade produzida com petróleo. Mas geralmente não funciona deste jeito, de acordo com o sociólogo Richard York, da Universidade do Oregon, e por isto ele acredita que serão necessárias mudanças políticas e econômicas, e não apenas novas tecnologias limpas, para nos livrar da dependência dos combustíveis fósseis.

York defende sua posição em um estudo recém publicado no  Natural Climate Change. Ele nota que embora a maioria dos países estejam adotando avanços tecnológicos, como energia solar e eólica para limitar o uso de combustíveis fósseis, esta abordagem ignora a “complexidade do comportamento humano.” O sociólogo diz que a nova energia renovável está fazendo pouco para realmente provocar uma substituição do sujo pelo limpo.

As conclusões de York são baseadas em estudo do uso da eletricidade em 130 países nos últimos 50 anos. Ele descobriu que são precisas mais de 10 unidades de energia produzida por fontes não-fósseis, como nuclear, hidroelétrica, vento, geotérmica, biomassa ou solar, para substituir apenas uma única unidade de eletricidade gerada por fontes fósseis.

Peguemos o caso da energia nuclear. Ela começou a crescer para se tornar uma fonte significativa em meados do século passado, mas o uso mundial de combustíveis fósseis continuou também a crescer. York teme que a mesma coisa possa ocorrer com outras fontes limpas de energia. “Eu não estou dizendo que em princípio não possamos fazer uma substituicão, mas é interessante que até agora isto não tenha acontecido,” explicou ele, segundo o TG Daily. 
”Uma das razões pelas quais os resultados parecem surpreender é que nós, como sociedades, tendemos a ver a demanda como uma coisa exógena que gera oferta, mas a oferta também gera demanda. A geração de eletricidade cria o potencial de uso desta energia, e assim criar novas tecnologias frequentemente leva a ainda mais consumo.”

York conclui que não basta procurar tecnologias para mudar: é necessário pensar nelas em um contexto social. Ele disse que a sociedade precisa descobrir que fatores políticos e econômicos é que levarão a uma verdadeira substituição de fontes fósseis.

Fonte: Planeta Sustentável / Planeta Urgente

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