outubro 15, 2013

Banco coleta água da chuva e ainda irriga jardim de praça pública



Para ajudar a reduzir a quantidade de recursos hídricos públicos que é utilizada para irrigar as praças de Mumbai, na Índia, a empresa Mars Architects, em parceria com o BMW Guggenheim Lab, criou um banco que absorve a água da chuva e, posteriormente, irriga toda a área verde em sua volta.

A criação é construída com polietileno parcialmente reciclado e conta com reservatório interno que se enche totalmente durante a estação chuvosa. Cada banco tem sua capacidade de armazenamento, que varia de 500, 1.000 a 1.800 litros de água.

Os primeiros exemplares, que devem durar um ano, estão em fase de testes em Mumbai, mas o objetivo do governo local é implantar unidades suficientes para tornar as áreas verdes independentes do recurso hídrico da rede pública.

Bem que seria uma boa aqui no Brasil. Você concorda?

Ecodesenvolvimento

Casal viaja 45 mil km com veículo movido a óleo de cozinha


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Óleo de cozinha abastece a caminhonete utilizada na expedição
Fotos: Divulgação

O casal chileno Carola Teixido e Víctor Millán resolveu inovar na viagem de férias: transformou o retorno do Alasca em uma aventura sustentável. Por quê? Eles embarcaram em uma expedição de 45 mil quilômetros a bordo de uma caminhonete abastecida com óleo de cozinha doado por restaurantes ao longo do caminho.

Para divulgar toda a aventura, o casal criou o blog Upa Cahlupa
A iniciativa do casal era um desejo antigo, que foi impulsionado quando Víctor foi demitido do emprego e resolveu sair pela estrada com sua esposa. Segundo ele, o dinheiro não é o item mais limitador para a viagem - apesar de não serem ricos, eles perceberam que precisavam avaliar outros pontos que valiam mais do que os recursos financeiros.

Um desses quesitos foi o combustível, que foi escolhido na intenção de poupar dinheiro com gasolina, além de pontos como a redução das emissões de gases poluentes e a reciclagem do produto (cerca de seis mil litros até chegarem a Patagônia). O veículo utilizado foi uma Ford F250 Powerstroke 7.3 - equipada com um compartimento para óleo reciclado e outro para diesel, em casos de emergência.

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Para converter o resíduo em combustível a caminhonete possui um sistema composto por bombas, filtros e aquecedores, pois o óleo tem uma textura mais viscosa que o diesel, precisa ser filtrado e estar quente antes de ir para o motor. Além disso, ela é equipada com um painel solar, que ilumina a parte interna do veículo, carrega os gadgets e é usado para ouvir as músicas durante a viagem.

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No sentido de divulgar toda a aventura, o casal criou o blog Upa Cahlupa. Eles estavam no Canadá até o fechamento deste post, e já percorreram cerca de 9.300 km - quase 8 mil feitos com o óleo doado e reutilizado.

Ecodesenvolvimento

outubro 13, 2013

Veículos são responsáveis por 90% da poluição em São Paulo, alerta estudo


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Micropartículas resultam da combustão incompleta de combustíveis fósseis utilizados pelos veículos automotores
Foto: pedrorocha

Em uma sociedade na qual o "culto ao motor" parece não ter fim, os constantes engarrafamentos e o estresse causado pelos congestionamentos quilométricos estão longe de serem os únicos problemas à população. No estado de São Paulo, por exemplo, a má qualidade do ar respondeu por quase 100 mil mortes entre 2006 e 2011. Detalhe: os veículos provocaram 90% da poluição.

Os dados são de um estudo feito pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade, segundo o qual quanto maior a lentidão do trânsito, mais letal se torna o ar. O perigo, porém, nem sempre é visível, pois as micropartículas de poeira, conhecidas como PM2,5, medem apenas 0,0025mm. Elas resultam da combustão incompleta de combustíveis fósseis utilizados pelos veículos automotores, e formam, por exemplo, a fuligem preta em paredes de túneis - extremamente nociva à saúde humana.

Má qualidade do ar respondeu por quase 100 mil mortes entre 2006 e 2011.

Em 2011 (dados mais recentes) a média para os municípios foi de 25 μg/m3, mais que o dobro dos 10 μg/m3 estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde. A consequência é pessoas doentes e gastos públicos elevados com saúde. Em Cubatão, por exemplo, a média anual de PM2,5  foi de 39,79 no período analisado. As mortes decorrentes à poluição na cidade paulista campeã desse ranking indesejado chegaram a 99, enquanto as internações oriundas da má qualidade do ar atingiram o número de 352. A conta? Um total de R$ R$611.575,00 - dinheiro público empregado nas internações.

Osasco, Araçatuba, Paulínia, São Bernardo do Campo, Santos, São José do Rio Preto, São Caetano do Sul, Taboão da Serra, Mauá e a capital São Paulo completam a lista das dez cidades mais poluídas do maior estado brasileiro, segundo o ranking.

Ecodesenvolvimento

Brasil precisa investir R$ 6,7 bilhões para dar fim adequado a resíduos sólidos


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A PNRS prevê para agosto de 2014 o fim da destinação inadequada de resíduos
Foto: Tânia Rêgo/ABr

Por Agência Brasil

O Brasil precisa investir R$ 6,7 bilhões para, de forma adequada, coletar todos os resíduos sólidos e dar fim a esse material em aterros sanitários. O dado foi divulgado na quinta-feira, 3 de outubro, pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).

De acordo com a entidade, caso o país mantenha o ritmo de investimentos na gestão de resíduos registrado na última década, a universalização da destinação final adequada deverá ocorrer apenas em meados de 2060. “No atual ritmo, chegaremos a agosto de 2014 com apenas 60% dos resíduos coletados com destino ambientalmente correto”, destaca Carlos Silva Filho, diretor executivo da Abrelpe.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) prevê para agosto de 2014 o fim da destinação inadequada de resíduos. Dados da Abrelpe mostram que há ainda cerca de 30 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos com destinação inadequada no país. “Se não contarmos com esforços conjuntos e recursos disponíveis para custear o processo de adequação, corremos o risco de ver o principal ponto da PNRS não sair do papel”, destacou o diretor.
Segundo a associação, a aplicação de 0,15% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor de resíduos seria suficiente para as adequações necessárias.

Sete produtos compostos por ingredientes de origem animal (e você nem sabia)


"Eu não consumo nada que venha de origem animal", costumam afirmar os adeptos do veganismo. Mas se engana quem pensa que apenas os produtos comestíveis contêm procedência de animais entre os seus ingredientes. Artigos simples, como sacolinhas de plástico e pneus de bicicleta são feitos com algum produto de origem animal.
Segundo a organização canadense Ofac (Conselho de Pecuária de Ontário), dos animais presentes na alimentação humana, 45% são utilizados para fabricar artigos não-comestíveis.
Selecionamos (com base em uma lista do Tree Hugger) sete produtos usados de forma recorrente no nosso cotidiano que contém origem animal entre os seus ingredientes.

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Gordura animal compõe as sacolas plásticas
Foto: Ars Electronica

  • Sacolas Plásticas
Muitos tipos de plástico, inclusive as sacolinhas de supermercado, contém um ingrediente que diminui o efeito estático que o material pode causar: gordura animal. Mais um motivo para usar uma ecobag (sacola reutilizável).

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Ácido esteárico, um dos componentes dos pneus, tem origem animal
Foto: association GADEL lot

  • Pneus de carro e de bicicleta
Para se certificar que seu meio de transporte é livre de produtos animais, confira se o fabricante utiliza a versão vegetal do ácido esteárico, usado para conservar a forma do pneu sob atrito intenso. Segundo lista do fórum de Malhação Vegana (em inglês), a Michelin é animal-free.

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Gordura de carne de boi e de frango também costuma ser usada no álcool de biocombustível
Foto: plebeian regime

  • Biocombustível
Tá pensando que só existe álcool de cana de açúcar e biodiesel de óleo de mamona? Ledo engano. Ele também pode ser feito com gordura de carne de boi e de frango.

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Derivado da amônia usado nos amaciantes vem das ovelhas, cavalos e vacas
Foto: bbel

  • Amaciante de roupas
Ele contém dihydrogenated tallow dimethyl ammonium chloride em sua fórmula. Esse derivado da amônia vem das ovelhas, cavalos e vacas. Melhor ficar com as roupas menos macias, caro vegano.

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Shampoos e condicionadores podem ter até 20 ingredientes vindos de animais
Foto: beverlyislike

  • Shampoo e condicionador
Sim, eles contém mais de 20 ingredientes vindos de animais! “Pantenol”, “aminoácidos” e “vitamina B”, por exemplo, podem ter origem animal ou vegetal. A melhor forma de saber com certeza é procurando marcas veganas. O site Guia Vegano recomenda a marca Surya, que tem certificação e tudo.

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Glicerina pode ter oriem animal e vegetal
Foto: Nilanjan Sasmal

  • Pasta de dentes
A glicerina, também presente no shampoo e condicionador, pode ter origem animal e vegetal. Tente marcas veganas, como a Contente, Condor, Welleda e Natura.

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Cinzas purificadas feitas com ossos são usadas no refinamento do açúcar
Foto: Judy**

  • Açúcar branco e mascavo
Por essa você não esperava! Algumas marcas utilizam cinzas purificadas feitas com ossos no refinamento do açúcar. Há como fazer o mesmo processo com carbono granulado ou um sistema de troca de íons. Escolha o açúcar cristal orgânico, se ficar na dúvida.

Ecodesenvolvimento

Para o dia das crianças: Cinco lições de sustentabilidade para ensinar às crianças


Sempre é tempo de aprender. Por isso, contribua desde cedo na formação das crianças. Investir em boas lições sobre meio ambiente fazem toda a diferença para formar adultos conscientes.
Pensando nisso, listamos cinco dicas bem bacanas para transmitir aos pequenos.
  • Desligue os aparelhos que não estão em uso
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É comum ver crianças deixando jogos eletrônicos ligados e sem uso. Alerte-as!
Foto: jDevaun


Infelizmente, ainda é muito comum adultos e crianças deixarem lâmpadas, ventiladores, ar-condicionados, TVs e computadores ligados, mas sem ninguém usar. O impacto é tanto no aumento do valor da conta de energia, mas também no desperdício deste recurso precioso. Por isso é melhor ensinar, desde cedo, as crianças sobre o consumo de energia.
  • Feche bem as torneiras
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Ensine as crianças a não desperdiçar água


É natural que as crianças gostem de brincar com água e não saibam a dimensão dos problemas do desperdício deste recurso. Por isso é papel dos pais e responsáveis, mostrar a elas o valor que a água tem em nossa vida e como fechar as torneiras completamente. Busque maneiras lúdicas de ensinar, por assim elas guardam para o resto da vida. 
A organização não governamental WWF-Brasil revelou que é grande o desperdício de água entre os brasileiros: mais de 80% da população consultada em 26 estados reconheceram que vão ter problemas de abastecimento de água no futuro e, desses, 68% reconheceram que o desperdício de água é a principal causa desse problema.
  • Retire os dispositivos das tomadas quando não estiverem sendo utilizados
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Retire os carregadores da tomada


Não é estranho ver crianças e até adultos deixando o carregador de celular e de pilhas ligados na tomada mesmo sem estar em uso. Muitos deles não entendem a real importância de não realizar essa prática.
Na verdade, sempre que um carregador está na tomada, independentemente do dispositivo estar sendo usado ou não, ele consome energia. O ideal é que as crianças aprendam essa realidade desde pequenas.
  • Incentive a reutilização de materiais e resíduos
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Habitue a criança ao ato de reciclar
Foto: lievensoete


Um passo mais largo para se conquistar um estilo de vida mais sustentável é a reciclagem de materiais. Incentive a molecada a reaproveitar sacos plásticos, papéis e brinquedos. A prática auxilia na educação dos pequenos e estimula a criatividade. Além de poupar o meio ambiente, o jovem vai aprender a consumir produtos com mais consciência.
  • Cultive hábitos de leitura sobre o meio ambiente
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Incentive ao conhecimento sobre o meio ambiente

Incentivar a criança à leitura é, comprovadamente, muito importante para o seu desenvolvimento social e intelectual. Mas que tal apresentá-las a obras sobre o meio ambiente?
Alerte sobre a realidade do mundo em que vivemos, ensinando sobre a riqueza do meio ambiente e como elas podem participar.

Ecodesenvolvimento

outubro 01, 2013

Bikes recicladas mudam a vida pessoas carentes: viram máquinas

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Elas são transformadas em “bicimáquinas” e ajudam a fazer tarefas como moer grãos, descascar legumes, puxar água....
Basta pedalar, e em apenas 1 minuto é possível moer um quilo e meio de café.
Também em 1 minuto da pra tirar cerca de 10 galões de água de um poço com 30 metros de profundidade.
Para quem mora em grandes cidades e capitais pode parecer pouco, mas em lugares onde não há água encanada nem luz, esse tipo de inovação é preciosa e é capaz de mudar vidas.
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Países como Estados Unidos e Canadá estão doando suas bikes antigas para a ONG Maya Pedal.
Com a ajuda de concreto, madeira ou metal a entidade transforma as bicicletas e oferece a comunidades na Guatemala, na América Central.
As bicimáquinas são montadas com ajuda de voluntários, o que leva a ONG a ser vista como uma verdadeira família.
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IPCC aponta que Amazônia pode perder 70% de sua área


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A redução deve acontecer se houver um aumento da estação seca, segundo o relatório do IPCC.
São Paulo - A Floresta Amazônica poderá sofrer uma redução de 70% da extensão da sua área ao fim do século, se houver um aumento da estação seca. A projeção consta do relatório completo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que foi divulgado nesta segunda-feira, 30, na sequência do sumário para formuladores de políticas, anunciado na sexta passada, 27.
O material, com mais de mil páginas, traz com mais detalhes as bases físicas da ciência do clima e uma abordagem regional com projeções sobre como cada parte do planeta poderá ser afetada no futuro.
O relatório lembra que no clima atual o crescimento intenso da floresta ocorre justamente durante a estação seca, quando a insolação é maior e há bastante água do período chuvoso armazenada nos aquíferos subterrâneos.
Há muitas incertezas ainda sobre como a mudança climática vai afetar a seca na região, mas simulações que consideram um cenário de aumento do período sem chuva observam essa redução dramática na vegetação. O painel de cientistas alerta que o cenário poderá ficar ainda pior diante de um quadro de aumento do desmatamento, que tende a prolongar a estação seca.
"Condições assim aumentam a probabilidade de incêndios naturais que, combinados com queimadas provocadas por atividades humanas, pode minar a resiliência da florestas às mudanças climáticas", escrevem os autores.
O relatório afirma que é muito provável (mais de 90% de chance) que a temperatura suba em toda a América do Sul, com o maior aquecimento projetado para o sul da Amazônia. A projeção é de um aumento da temperatura média de 0,5°C (centro-sul) a 1,5°C (Norte, Nordeste e Centro-Oeste) no País até o fim do século no cenário mais otimista; e de 3°C (sul e litoral do Nordeste) a 7°C (Amazônia) no pior cenário.
Chuva
Em relação às chuvas, porém, há incertezas, com diferentes estudos mostrando diferentes tendências para algumas regiões, explica a pesquisadora Iracema Cavalcanti, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), uma das autoras do capítulo que mostra as projeções regionais futuras. "Mas temos grande confiabilidade para algumas. Os resultados são muito robustos de que na Região Sul do País e na bacia do Prata as chuvas vão aumentar. E no inverno, há mais confiança de que haverá excesso de chuvas no oeste da Amazônia e menos no leste e no sul", diz.
Fonte: Exame.

Como reciclar caixa de pizza?


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Saiba por que caixas de pizza não são recicláveis. Óleo e gordura da pizza dificultam processo de reciclagem do papelão das caixas. Mas há alternativas
Você sabia que em muitos lugares não é permitido o descarte de caixas de pizza em lixeiras ecológicas? Isso deve parecer loucura, afinal de contas, essas caixas são feitas de papelão, que, até onde se sabe, é reciclável (saiba mais aqui). Mas não é no papelão que está o problema. É na pizza.
O que inutiliza as embalagens, na verdade, são os condimentos, como o óleo (gordura) e o queijo - que se impregnam no papelão. Quando uma embalagem de papelão abriga qualquer alimento que possa manchá-la com gordura (ou algo do tipo), ela deixa de ser apropriada para reciclagem. Já reparou que nos restaurantes fast-food não há lixeiras ecológicas? Pois é, apesar de muitas caixas desses alimentos aparecerem com aquele símbolo indicando a possibilidade de reciclagem, pode ter certeza de que essa informação não aparece nem nas letras miúdas.
A razão pela qual a reciclagem nestas condições fica impraticável é simples: logo quando começamos a aprender química no ginásio, a primeira lição que o/a professor(a) nos ensina é que água e óleo não se misturam. Em outras palavras, o processo de reciclagem do papel consiste em misturá-lo com água e formar uma pasta que, depois de seca, transforma-se em uma nova folha ou embalagem. Com o óleo presente nas caixas de pizza, fica impossível formar essa pasta.
Mas, como sabemos bem, a pizza é uma solução e não um problema. Mesmo que você seja daquelas pessoas que gostam de reciclar tudo, ler essa matéria não deve tornar a caixa de pizza uma vilã para você. É possível reciclar uma embalagem de pizza, sim! Basta separar as partes da caixa que não foram manchadas pela gordura, como a superfície.
Além da reciclagem, existem várias utilidades para essas caixas. No caso das caixas de pizza congeladas (que não tem o problema do óleo, apesar de fazerem mal à saúde), pode-se usar a criatividade ou enviá-la direto para a reciclagem. Já nos casos das caixas comuns, é possível separar a superfície para criar outras embalagens. Inclusive, a eCycle já publicou diversas matérias mostrando iniciativas em que o papelão reciclado foi utilizado (veja mais aqui).
Confira, no vídeo abaixo, como reutilizar uma caixa de pizza para fazer embalagens para presentes!
Fonte: eCycle.

Mercúrio utilizado no garimpo causa contaminação no solo e em pessoas


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Mineradores usam mercúrio no garimpo para
identificar o ouro (Foto: Thinkstock/Getty Images)

Exploração de ouro na Serra Pelada durante a década de 80 ficou marcada pelas graves consequências causadas pela utilização desta substância
A técnica de exploração de minérios que se dedica principalmente a extração de pedras preciosas, como ouro e diamantes, é conhecida como garimpo. A garimpagem pode ocorrer de forma mecânica ou manual e na maioria das vezes utiliza o mercúrio para facilitar a exploração mineral. Apesar da vantagem de catalisar o processo de identificação do ouro, por exemplo, essa substância química é responsável por gerar graves danos ao meio ambiente e aos seres humanos que a ela ficam expostos.
foto da regiao de serra pelada mostrando pilhas antigas de material deixado pelos garimpeiros 606
Região de garimpo na Serra Pelada (Foto: Divulgação/ Marcello Veiga)
O mercúrio é utilizado no processo de garimpagem em sua forma líquida para atrair o ouro diluído em um determinado solo, formando uma liga entre as substâncias. Giorgio de Tomi, diretor do Núcleo de Pesquisa para a Pequena Mineração Responsável da Universidade de São Paulo, explica que quando esse concentrado é queimado, o mercúrio evapora deixando apenas o ouro em seu estado bruto. A contaminação com a substâcia pode ocorrer de forma direta, por inalação, ou indireta após sua precipitação no solo. " A combinação do mercúrio precipitado com compostos orgânicos do solo forma a substância metilmercúrio, altamente danosa", esclarede de Tomi.
Além de contaminar o solo, o metilmercúrio pode provocar graves complicações à saúde de garimpeiros ou de pessoas que indiretamente são infectadas. “O metilmercúrio se acumula na cadeia alimentar se fixando na natureza. Ele normalmente fica por volta da região em que o material foi processado, mas com chuva pode cair em um curso de água. Nos seres humanos, ele é conhecido por causar enfermidades neurológicas graves”, declara Giorgio.
Na década de 80, o uso do mercúrio durante a intensa corrida pelo ouro na Serra Pelada causou sérias consequencias para a região. Além de chamar atenção por ter sido o local do maior garimpo a céu aberto do mundo, a exploração do ouro nas jazidas do estado do Pará ficou marcada pelas graves contaminações do solo e de trabalhadores. A falta de equipamentos de proteção, como máscaras ou luvas, permitiu que o mercúrio fosse diretamente inalado pelos garimpeiros, que sofreram com sérias complicações de saúde chegando, em certos casos, à óbito.
As atividades garimpeiras na Serra Pelada desaceleraram durante a década de 90 até serem interrompidas. As crateras abertas no período da exploração foram abandonadas sem qualquer tratamento de recuperação do solo. Hoje, Giorgio explica que a região está dividida entre cooperativas de garimpeiros. Algumas delas já fizeram parcerias com grandes empresas e reiniciaram atividades de escavações subterrâneas.
antigas instalacoes de recuperacao de ouro do acervo do prof 291
Instalações de recuperação de ouro na Serra Pelada (Foto: Divulgação/ Marcello Veiga)
A USP foi procurada por uma destas cooperativas para fazer um caminho diferente. Giorgio explica que o trabalho a ser realizado pela universidade é de reconhecimento do espaço antes da exploração. “Fomos procurados para reconhecer, saber como é a reserva. A ideia é fazer um plano de negócio para deixar a relação com um futuro investidor mais transparente”, diz.
Giorgio conta ainda ter realizado uma pesquisa de levantamento com garimpeiros da rSerra pelada sbre a aceitação de novas tecnologias limpas para a exploração de minerais. O resultado foi positovo em particamente 100% dos casos. No entanto, a falta de conhecimento sobre essas novas técnicas dificulta sua implantação pratica. “A saída é ter um programa de conscientização do garimpeiro para mostrar os riscos do mercúrio e a existência de tecnologias limpas. Além disso, autoridades precisam ensinar os garimpeiros a utilizar essas novas técnicas”, diz. O diretor do Núcleo de Pesquisa para a Pequena Mineração Responsável esclarece que ao invés de mercúrio, os garimpeiros poderiam usar o cianeto, substância não poluente e economicamente mais rentável. “Entendo que a solução não é legal ou ambiental, é econômica. Temos que mostrar que usando tecnologias limpas ele poderão tirar mais ouro”, afirma.

Fonte: Globo Ecologia.